A sorte de viajar com a poltrona ao lado vazia se tornou raridade para quem embarca em um voo longo rumo ao exterior pelas companhias a�reas brasileiras. De janeiro a maio, a taxa de ocupa��o m�dia nos voos internacionais atingiu o patamar mais elevado para o per�odo desde o in�cio da d�cada passada, de acordo com a s�rie hist�rica da Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac), iniciada em 2000.
A demanda por voos para fora do Pa�s nas companhia a�reas nacionais caiu no m�s de maio. No acumulado de janeiro a maio, a procura teve eleva��o t�mida: menos de 1%. Por outro lado, a oferta recuou 2,4% no mesmo per�odo. De acordo com o consultor Allemander Pereira, o motivo dessa queda � o novo patamar em que se firmou o d�lar, que, apesar do recuo que o trouxe para menos de R$ 2,00 ontem, ainda est� bem acima da taxa de R$ 1,56 registrada h� um ano.
O zelo das companhias com suas opera��es internacionais � explicado pelos altos riscos de se operar nesse segmento. Queimar querosene, que est� com pre�os elevados por conta da alta do petr�leo, para voar milhares de quil�metros com avi�es vazios resulta em preju�zos milion�rios. O receio � ainda maior em um ano em que as empresas correm para se recuperar de um 2011 negativo, quando TAM e Gol perderam juntas R$ 1 bilh�o.
"As empresas est�o tendo uma cautela muito grande, pois o mercado internacional est� muito complicado. Da mesma forma com que se pode fazer algum resultado, pode-se perder muito dinheiro. � s� essa taxa de ocupa��o come�ar a cair", explica Pereira.
Depois de liderar com folga a expans�o do tr�fego internacional de passageiros em alguns meses do ano passado, registrando altas de dois d�gitos, o Brasil v� agora o crescimento da procura por voos para o exterior convergir para n�veis pr�ximos � m�dia mundial, de acordo dados divulgados nesta segunda-feira pela Associa��o Internacional de Transporte A�reo (Iata, na sigla em ingl�s), que re�ne companhias de diversas regi�es.
O Sindicato Nacional das Empresas Aerovi�rias (Snea) espera que a demanda suba mais no segundo semestre, fechando o ano com alta entre 2% e 5%. Caso se concretizem, essas varia��es mais elevadas ser�o motivadas por uma base de compara��o baixa nos �ltimos meses do ano passado, quando o setor j� estava em fase de desacelera��o. Isso quer dizer que a recupera��o pode ser mais estat�stica do que resultado do aumento da procura dos passageiros.
A previs�o para os pr�ximos meses pressup�e que a situa��o na Europa n�o se agrave muito al�m dos problemas ocorridos at� agora. Na avalia��o de Pereira, se a crise do outro lado do Atl�ntico tomar maiores dimens�es, o setor pode voltar a ter n�meros negativos no Pa�s, como os vistos na esteira da crise de 2008, nos segmentos internacional e dom�stico.