O Rio Grande do Sul teve uma redu��o de cerca de 30% da carga transportada em caminh�es nos �ltimos tr�s dias, em consequ�ncia da greve de caminhoneiros. A estimativa � do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Log�stica no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), que diz observar passivamente o protesto. Para Jos� Carlos Silvano, presidente do sindicato, o movimento � leg�timo e as empresas est�o deixando boa parte dos caminh�es nos p�tios at� que a manifesta��o se encerre - forma de evitar maiores conflitos.
"As empresas est�o em opera��o tartaruga e s� devem normalizar as atividades a partir de s�bado, quando o protesto se encerrar. Tamb�m orientamos motoristas a evitar rotas que tenham protestos", afirma Silvano, que n�o tem um c�lculo do valor de neg�cios n�o realizados pela redu��o nos fretes. A frota total do Estado � de 240 mil caminh�es.
"A revolta deles causa os atos extremos", disse Osmar Lima, um dos representantes do MUBC no Estado. Na opini�o dele, o problema ocorre pela cria��o de leis sem conhecimento da atividade.
Contr�ria � onda de protestos, porque "s� causam baderna e esculhamba��o", a Federa��o dos Caminhoneiros Aut�nomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam) avalia que as manifesta��es s�o uma desculpa para favorecer as empresas. Para Eder Dal Lago, presidente da entidade, h� mais regulamenta��o e controle contra a sonega��o fiscal, que n�o existia antes da lei que regulamenta os pagamentos e extinguiu a carta frete. Hoje, os pagamentos s�o por via banc�ria. "Para os caminhoneiros � bom. Eles v�o pagar Imposto de Renda, mas poder�o comprovar rendimentos para financiar o pr�prio caminh�o, al�m de escolher onde v�o gastar o dinheiro na estrada", avalia Dal Lago.
A unanimidade � a necessidade de uma regulamenta��o para a jornada de trabalho, mas o formato adotado � outra fonte de disc�rdia. As 11 horas de descanso s�o consideradas excessivas quando o caminhoneiro est� na estrada, e as paradas de meia hora a cada quatro horas ao volante, n�o teriam nem como funcionar. As estradas n�o possuem �reas de ref�gio o bastante e a cria��o desses postos de parada foi vetada na mesma regulamenta��o que exige os intervalos de descanso. Para a Fecam, a obriga��o deveria ser de oito horas de descanso, e a jornada di�ria, livre de acordo com a necessidade do caminhoneiro e a disponibilidade de pontos de parada.
Ainda que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas acredite que o fim do movimento ocorra s�bado, o MUBC entende que os protestos em todo o Pa�s s� devam parar quando a Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitar renegociar as regulamenta��es.