O Brasil est� na m�dia mundial quando o assunto � acesso a tecnologias da comunica��o, mas as desigualdades internas s�o grandes: o acesso em Moema, bairro nobre da zona sul da capital paulista, � t�o bom quanto na Holanda. Segundo o �ndice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic), lan�ado nesta ter�a-feira no Rio pelo Centro de Pol�ticas Sociais da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), a taxa de acesso a essas tecnologias no Brasil ficou em 51,3%, deixando o Pa�s em 72º lugar no ranking global.
O indicador, com base em dados de pesquisa global do instituto Gallup do ano passado e no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) de 2010, mede o acesso das pessoas com mais de 15 anos de idade a celular, internet via computador, telefone fixo e computador sem acesso � rede. O �ndice agregado � uma m�dia do acesso a cada uma das quatro tecnologias.
Al�m de Moema, outros oito bairros paulistanos (Jardim Paulista, Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Perdizes, Vila Mariana, Pinheiros Sa�de e Consola��o) est�o na frente da Lagoa. Apesar das altas taxas de alguns bairros, S�o Paulo e Rio est�o mal colocados no ranking nacional, em 19º e 20º lugares, com 71,8% e 71,6%, respectivamente.
No ranking nacional, o estudo da FGV usa o Censo 2010 como base de dados. As melhores cidades s�o S�o Caetano do Sul (82,6%), Santos (78,2%), Florian�polis (77%), Vit�ria (76,6%) e Niter�i (76%).
Segundo o economista Marcelo Neri, pesquisador do CPS/FGV e coordenador do estudo, essas cidades j� se destacam em termos de renda per capita e �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). A pior cidade do Pa�s no ranking do Itic � Fernando Falc�o, no Maranh�o, com 3,7%.
O pesquisador da FGV tamb�m chamou aten��o para o Itic do Complexo do Alem�o, conjunto de favelas na zona norte do Rio, que ficou em 50,8%, o pior do Rio, mas ainda assim acima da m�dia nacional e mundial.
"O Complexo do Alem�o � uma �rea pobre em uma cidade rica", explicou Neri, completando que as �reas pobres em cidades ricas aproveitam-se da mesma infraestrutura, diferentemente das �reas rurais. Liga��es ilegais de internet e telefone tamb�m podem influenciar na pesquisa. Marsilac, bairro com pior Itic em S�o Paulo, registrou taxa de 42,55%.
Entre as conclus�es do estudo, Neri chamou aten��o para a abrang�ncia do celular em pa�ses como o Brasil. Exclu�do do �ndice o acesso � celular, o Itic do Brasil cai para 39,3%, mas sobe para 70º no ranking global.
Dessa forma, Neri defendeu a import�ncia de se utilizar os telefones m�veis nas pol�ticas de inclus�o digital, em vez, por exemplo, de universalizar o acesso a computadores. "Dois ter�os dos pobres do Brasil t�m celular. O celular � um dispositivo que est� onde as pessoas est�o", disse.