Bras�lia – Parece que a economia brasileira est�, enfim, conseguindo sair do fundo do po�o. E tudo gra�as ao consumo das fam�lias, que, incentivadas pelo governo, n�o est�o deixando de comprar. O �ndice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem mostrou pequena recupera��o da economia em junho. O �ndice fechou o m�s passado com alta de 0,75% na compara��o com maio. Foi a maior alta em rela��o ao m�s imediatamente anterior dos �ltimos 15 meses.
Sabendo com anteced�ncia o resultado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, se sentiu � vontade para garantir, em discurso no 22º Congresso da Federa��o Nacional dos Distribuidores de Ve�culos Automotores (Fenabrave), que o crescimento econ�mico do pa�s vai se acelerar ao longo dos pr�ximos trimestres. Tombini observou para a plat�ia de executivos que os est�mulos j� introduzidos na economia ainda n�o se manifestaram plenamente sobre a atividade econ�mica.
“Passamos o cabo da Boa Esperan�a e, no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro”, afirmou o ministro, ap�s participar de evento com superintendentes do Banco do Brasil, em S�o Paulo, ao comemorar o resultado do IBC-Br de junho. Para Mantega, a recupera��o da economia brasileira se torna mais n�tida.
“Agora come�amos a colher resultados de v�rias a��es empreeendidas pelo governo desde a metade do ano passado... (H�) v�rios dados dizendo: olha, realmente a economia voltou a se aquecer, mas acho que temos que continuar tomando medidas”, acrescentou Mantega, referindo-se a novas desonera��es. Mas ele disse que o governo n�o pensa, ainda, em prorrogar a redu��o nas al�quotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) do setor automotivo, que vence dia 31.
Em Alagoas, a presidente Dilma Rousseff elogiou a postura de empres�rios brasileiros que continuam investindo apesar da crise internacional ao inaugurar uma f�brica de PVC da Braskem. “Nosso pa�s tem tido empres�rios que continuam investindo, mesmo considerando o cen�rio externo”, disse ela na cerim�nia. “� por isso que o Brasil continua sendo um dos pa�ses que mais vai crescer e que tem tido uma postura de combate � crise que se caracteriza pela amplia��o do investimento.” Dilma disse ainda que “O Brasil come�a a reagir de forma mais significativa aos est�mulos adotados pelo governo desde o ano passado”.
Prazo Mas, para garantir a acelera��o da atividade, os programas j� anunciados pelo governo e os outros ainda em gesta��o t�m que dar resultados no curto prazo. Para o economista Andr� Perfeito, da Gradual Investimento, o resultado no IBC-Br foi bom, acima do esperado, mas ainda muito aqu�m do que o pa�s necessita. “ Este resultado foi alcan�ado com o desempenho favor�vel do varejo, que j� havia surpreendido os analistas. A maioria esperava uma retra��o de -0,3%, mas veio uma alta de 1,5%”, explicou o economista.
Perfeito chama a aten��o para o fato da varia��o anual estar ainda muito baixa. No acumulado do ano o crescimento apontado pelo IBC-Br � de 0,87% e, nos �ltimos 12 meses, de 1,20%. “O governo, o BC principalmente, tem que fazer muito ainda para a atividade entrar nos trilhos”, afirmou.
Jankiel Santos, do BES Investimento, acredita que � muito prov�vel que a economia brasileira comece agora a responder aos incentivos dados pelo governo. Com retardo, o mercado de trabalho j� mostrou uma t�mida rea��o, assim como as vendas no varejo, dado o incentivo do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mas como o Produto Interno Bruto (PIB) tem uma concentra��o maior do setor industrial que o medido pelo IBC-Br, Jankiel acredita que o crescimento ainda vai decepcionar.
Diante de um IBC-Br mais robusto, Santos acredita que os analistas do mercado financeiro podem come�ar a deixar o pior para tr�s, mas reconhece que � muito pouco prov�vel qualquer eleva��o das previs�es de crescimento para o PIB este ano.