A alta na cota��o dos gr�os no mercado internacional j� reflete no pre�o das carnes, segundo o �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC), da Fipe, divulgado na sexta-feira. Na segunda quadrissemana de agosto, o pre�o do frango aumentou 3,3%. Na leitura anterior, havia apresentado alta de 1,38%. Os pre�os dos gr�os est�o em alta no cen�rio mundial por causa da quebra de safra nos Estados Unidos. De acordo com a Uni�o Brasileira de Avicultura (Ubabef), a seca no pa�s comprometeu 10% da safra mundial de milho e soja. Em um m�s, o pre�o do milho subiu cerca de 30% e a soja at� 100%. A ra��o representa 60% dos custos de produ��o das aves.
“N�s j� v�nhamos enfrentando um aumento dos insumos no come�o do ano. Mas, nos �ltimos dias, esse aumento - em especial da ra��o - vem crescendo num ritmo absurdo. No ano, j� h� uma escalada de pre�os imposs�vel dos custos de produ��o”, diz Francisco Turra, presidente executivo da Ubabef.
Os pre�os da carne su�na tamb�m foram afetados pela alta das commodities: na segunda quadrissemana, reduziram a queda a 0,11% ante um recuo mais intenso na medi��o anterior, de 1,41%.
Na avalia��o da Associa��o Brasileira da Ind�stria Produtora e Exportadora de Carnes Su�nas (Abipecs), o repasse da alta dos pre�os tem sido mais lento no caso dos su�nos. “O repasse tem acontecido mais lentamente. Mesmo assim, os produtores v�o ter de repassar o aumento dos custos porque teve o impacto (do pre�o) dos gr�os no mercado internacional”, afirma o diretor de mercado interno da Abipecs, Jurandir Machado.
As empresas j� deram sinais de que dever�o repassar o aumento de pre�o. Nessa semana, a Brasil Foods (BRF) anunciou que aumentar� entre 5% e 10% os pre�os das carnes de frango e su�na ainda neste trimestre. A Marfrig tamb�m deve aumentar seus pre�os.
De acordo com dados do IPC, o grupo Alimenta��o (0,37%) teve alta suavemente acima do esperado pela Fipe (0,34%) na segunda quadrissemana de agosto. “Alimenta��o veio um pouco acima. H� sinais de que alguns itens aliment�cios dever�o subir (mais) nas pr�ximas leituras por causa das commodities em alta”, avaliou Rafael Costa Lima, coordenador do IPC.
A acelera��o de Alimenta��o na segunda medi��o do m�s foi impulsionada pelo alimentos industrializados (de 0,53% para 0 72%), que respondem por quase a metade (45%) de todo o grupo, segundo a Fipe. “O impacto da alta dos gr�os est� se consolidando em outros itens que ainda n�o haviam mostrado esse efeito”, afirmou, exemplificando que o item Massas, Farinhas e F�culas passou de 0,48% para 1,11% na segunda quadrissemana.
Os produtores n�o dever�o ter al�vio nos pr�ximos meses. “O cen�rio clim�tico de curto prazo n�o � bom. E, no caso do milho, como os Estados Unidos s�o grandes em termos de oferta global, n�s s� vamos poder corrigir isso no ano que vem”, diz Cesar de Castro Alves, analista da MB Agro. No caso da soja, ele acredita que a safra a ser plantada deve compensar os efeitos da seca.