Os consumidores indecisos sobra a compra do carro zero quil�metro devem ficar atentos, pois o benef�cio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com al�quota reduzida valer� apenas para os carros que forem faturados at� o dia 31 de agosto. Ap�s consulta, a Receita Federal informou que o fato gerador do IPI ocorre na sa�da do ve�culo do estabelecimento fabricante. Nesse momento, destaca o Fisco, dever� ser verificada qual � a al�quota vigente.
“Assim, os fatos geradores ocorridos at� 31 de agosto contar�o com a al�quota reduzida. Os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de setembro j� estar�o submetidos � al�quota normal, independentemente se o financiamento, eventual entrada ou pagamento antecipado tenham ocorrido at� o dia anterior”, informou a �rea t�cnica da Receita.
Nas concession�rias, muitos vendedores t�m informado aos interessados que o prazo n�o ser� prorrogado. “A gente vai de acordo com o que � oficial. O Mantega [Guido Mantega, ministro da Fazenda] tem dito que n�o haver� prorroga��o. Temos pouqu�ssimas unidades para pronta entrega”, disse Cl�udia Marques, consultora de vendas de uma concession�ria Citr�en.
No dia 31 de julho, em Bras�lia, ap�s reuni�o com o setor automotivo, Mantega anunciou que o governo n�o cogitava prorrogar a redu��o do IPI para autom�veis. Na semana passada, o ministro disse, em S�o Paulo, que n�o havia uma defini��o sobre o assunto. A consultora de vendas informou ainda que, na concession�ria onde trabalha, o movimento aumentou em aproximadamente 30% nos �ltimos dias.
O gerente de vendas de uma concession�ria da marca Honda, Fl�vio Torres, disse que onde trabalha n�o correr� o risco de vender com o IPI reduzido carros que n�o podem ser faturados antes do dia 31 de agosto. “Em outros lugares, claro que isso depende da negocia��o com o cliente. Sempre por escrito e nunca verbal. Tem cliente que condiciona a compra � garantia do IPI reduzido ap�s o prazo. Mas eu, aqui na nossa concession�ria, n�o posso garantir o que eu n�o tenho”, informou.
De acordo com a an�lise de Torres, � importante observar que a ind�stria precisa de um tempo para reagir ao aumento de demanda ap�s o ado��o de medidas de incentivo, como foi a redu��o do IPI. Ele lembra que se trata de uma cadeia produtiva que se movimenta a cada cen�rio novo.
“O an�ncio das medidas ocorreu em maio. Em junho e em julho, as empresas passaram a se reprogramar para atender � demanda. Isso envolve, entre outras coisas, conversar com o fornecedor para ver se ele consegue entregar mais pe�as. Sair da in�rcia leva pelo menos tr�s meses”, avaliou.
O presidente da Federa��o Nacional da Distribui��o de Ve�culos Automotores (Fenabrave), Fl�vio Meneghetti, disse n�o ter recebido nenhuma sinaliza��o do governo de que a redu��o do IPI ser� prorrogada. “Estamos cruzando os dedos para que seja prorrogada [a redu��o]. Temos informado ao governo que a medida foi determinante para reverter resultados negativos”, enfatizou.
Segundo Meneghetti, no acumulado deste ano, at� ontem, as vendas de autom�veis e comerciais leves cresceram 3,92%, em rela��o ao mesmo per�odo de 2011. Foram 2,225 milh�es de carros vendidos. “Se a medida n�o for prorrogada, podemos ter uma ressaca. Esses n�meros podem n�o se manter”, argumentou.
No dia 21 de maio, o governo anunciou que as al�quotas de IPI ca�ram de 7% para 0% (carros at� 1.000 cilindradas); de 11% para 6,5% (de 1.000 a 2.000 cilindradas); e de 4% para 1% (utilit�rios). Para os autom�veis que n�o est�o no Regime Automotivo, incluindo os importados por empresas que n�o t�m f�brica no Brasil ou nos pa�ses com os quais o Brasil tem acordo, como os do Mercosul, a al�quota cai de 37% para 30% (at� 1.000 cilindradas); de 41% para 35,5% (de 1.000 a 2.000 cilindradas); e de 34% para 31% (utilit�rios).
Al�m de ter o IPI reduzido, o acordo entre governo e montadoras tamb�m previu desconto no pre�o de tabela. De acordo com o ministro, os fabricantes se comprometeram em reduzir os pre�os dos ve�culos de at� 1.000 cilindradas, em 2,5%, sobre o pre�o de tabela. O desconto seria 1,5% para os ve�culos entre 1.000 e 2.000 cilindradas e 1% para os utilit�rios comerciais. Na �poca, o governo informou que a redu��o do IPI geraria ren�ncia fiscal de R$ 1,2 bilh�o para os cofres federais.