As usinas termel�tricas com g�s de xisto tendem a crescer no Brasil diante das dificuldades enfrentadas para a amplia��o dos projetos hidrel�tricos, avaliou hoje Fl�vio Decat, presidente de Furnas, empresa do grupo Eletrobras. Ele abriu nesta quarta-feira semin�rio internacional, na sede da companhia.
O pa�s tem reservas desse g�s e, para Decat, essa � uma vertente importante para o Brasil. Segundo ele, a tend�ncia � construir usinas t�rmicas “na boca” dos po�os que forem abertos no Rio S�o Francisco, por exemplo, com a energia sendo levada aos consumidores por linhas de transmiss�o convencionais.
De acordo com Decat, o pre�o do g�s de xisto caiu de US$ 3 o metro c�bico para US$ 2 o metro c�bico. Mas o Brasil ainda importa o produto, a pre�os considerados elevados, variando entre US$ 13 e US$ 14 o metro c�bico. Ele n�o tem d�vidas de que haver� uma d�cada de forte explora��o desse g�s no Brasil, que ser� integrado ao g�s offshore (no mar).
O presidente de Furnas disse que as dificuldades para as usinas hidrel�tricas est�o atingindo n�veis “completamente fora de razoabilidade”. “Uma coisa � querer as compensa��es ambientais, que s�o importantes; preservar a cultura ind�gena e os �ndios, que tamb�m � importante. Outra, � usar isso como movimento ideol�gico, pol�tico, para impedir a constru��o de uma hidrel�trica, que � uma riqueza nacional, e a gente tem que pensar nisso”.
Ao tratar do tema, Decat referiu-se n�o s� � Usina Hidrel�trica de Belo Monte, no Par�, mas a todas as obras de hidrel�tricas em andamento, inclusive Simpl�cio, entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, onde Furnas est� impedida de encher o reservat�rio por raz�es que, segundo ele, “n�o s�o razo�veis”. Decat considera as a��es para embargar os projetos uma “exacerba��o”.
O presidente de Furnas vai a Bras�lia, nos pr�ximos dias, tentar um embargo na Justi�a Federal para garantir o enchimento do reservat�rio da Usina Hidrel�trica de Simpl�cio, aproveitando o per�odo de chuvas.
Para Decat, � preciso haver uma contraposi��o t�cnica aos movimentos sociais e ambientais que impedem o andamento dos projetos. “Tem que haver uma posi��o do lado t�cnico, empresarial tamb�m. N�o � s� do governo. Somos n�s, os respons�veis, que temos que falar. E falar com consist�ncia”, disse, embora reconhe�a que as usinas termel�tricas a g�s s�o mais prejudiciais ao meio ambiente do que as usinas hidrel�tricas. “Eu acho que os ambientalistas v�o ter que refletir um pouco sobre isso tamb�m”, disse, voltando a se referir aos problemas para a expans�o dos projetos hidrel�tricos em curso no Brasil.
Furnas vai participar do pr�ximo leil�o de linhas de transmiss�o, previsto para o final de setembro, e n�o descarta atuar em parceria com grupos chineses. No leil�o, ser�o licitados lotes ligados � transmiss�o de energia da usina de Belo Monte. “Temos acordo com State Grid e com a Three Gorges [empresas chinesas do setor el�trico]. Estamos conversando”. Temos at� a v�spera do leil�o para decidir.”