Os ganhos salariais reais conquistados em 97% das negocia��es trabalhistas no primeiro semestre deste ano devem se repetir no restante do ano prev� o coordenador de Rela��es Sindicais do Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), Jos� Silvestre. Os dados e as proje��es foram apresentados hoje no Balan�o das Negocia��es dos Reajustes Salariais.
Segundo a pesquisa, que levou em conta as negocia��es registradas no Sistema de Acompanhamento de Sal�rios (SAS) do departamento, dos 370 reajustes 97% ficaram acima da infla��o calculada pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Os ganhos ficaram, em m�dia, 2,23% acima da infla��o. De acordo com o departamento, esse � o melhor resultado das negocia��es salariais desde 1996.
“Os resultados do primeiro semestre foram, de certa forma, surpreendentes. Isso nos leva a constatar que n�o � somente o crescimento econ�mico que garante boas negocia��es”, avaliou Silvestre. O melhor resultado das negocia��es acompanhadas pelo Dieese havia sido em 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5%. Neste ano, as negocia��es acima da infla��o representaram 85,1% do total. O economista estima que 2012 ser� encerrado com o recorde da s�rie hist�rica do balan�o.
Dentre os fatores que interferem nas negocia��es, Silvestre cita a taxa de infla��o, mobiliza��o sindical, estabiliza��o da taxa de desemprego e crescimento da massa salarial. Ele apontou que a conjuntura deve ser ainda mais favor�vel �s negocia��es. “Alguns elementos ajudam a prever um quadro positivo, como a retomada da produ��o industrial e repercuss�o das medidas que foram tomadas para impulsionar a ind�stria [desonera��o da folha e redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)], mas que impactam na economia”.
Outra quest�o que indica negocia��es positivas no segundo semestre, na avalia��o do economista, s�o as datas-base de grandes categorias, como os banc�rios, metal�rgicos, petroleiros. “S�o categorias far�is que possuem grande peso nas negocia��es”.
Na an�lise por setor econ�mico, a pesquisa mostra que a ind�stria e o com�rcio tiveram percentuais semelhantes � taxa geral. Nessas �reas, 98% das negocia��es resultaram em ganhos reais, sendo que em nenhuma delas houve reajuste abaixo da infla��o. No setor industrial, o maior aumento real foi dado no setor de constru��o e mobili�rio, com 3,27%. Em seguida, aparece a atividade metal�rgica, mec�nica e de material el�trico, com 2,32%. No com�rcio, por sua vez, os trabalhadores do setor de min�rios e derivados de petr�leo conquistaram ganhos reais de 3,32%.
No setor de servi�os, o percentual de ganhos reais cai um pouco e fica em 94%, com registro de 1,3% das negocia��es com reajustes abaixo do INPC. O maior percentual de corre��o salarial no setor de servi�os ocorreu na atividade turismo e hospitalidade, com 3,93%. Seguida pelos aumentos reais para os trabalhadores de transportes (2,85%) e agentes aut�nomos no com�rcio (2,63%).
Em rela��o �s regi�es geogr�ficas, todas tiveram aumentos reais em maior propor��o. O Centro-Oeste, no entanto, merece destaque, considerando que as 32 negocia��es analisadas resultaram em aumentos reais nos sal�rios. Apenas as regi�es Norte e Nordeste tiveram categorias com reajuste abaixo da infla��o.