Depois de apresentar sinais de cansa�o na quinta-feira (30), interrompendo uma sequ�ncia de valoriza��o, o d�lar inicia o preg�o desta sexta-feira ainda com f�lego reduzido, � espera do grande evento do dia para definir uma dire��o. Caso as palavras do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, reforcem as expectativas de um novo relaxamento quantitativo (QE3), o d�lar tende a sofrer press�o de venda, embora os n�meros fracos da economia brasileira no trimestre passado tendem a conter uma queda livre por aqui. Do contr�rio, qualquer decep��o vinda de Jackson Hole (EUA) pode provocar uma subida r�pida da moeda norte-americana ao redor do mundo. Ainda assim, persistem os movimentos de rolagem de posi��es no mercado futuro e os que antecedem o vencimento de swap cambial na pr�xima segunda-feira.
Por volta das 9h30, na BM&F Bovespa, o contrato futuro do d�lar para setembro exibia baixa de 0,22%, cotado a R$ 2,0455. No mercado de balc�o, o d�lar � vista ca�a 0,10%, cotado a R$ 2,044, na m�nima, depois de abrir com valoriza��o de 0,15%, a R$ 2,049, na m�xima.
Um operador de tesouraria de um banco local lembra que esta sexta-feira � o dia de defini��o. Seja em rela��o � forma��o do pre�o da taxa de refer�ncia do Banco Central (Ptax), no mercado dom�stico de c�mbio, ou em rela��o � imin�ncia (ou n�o) de est�mulos econ�micos nos Estados Unidos, em �mbito global, os investidores v�o operar expectativas nesta sexta-feira.
Segundo esse profissional, que falou sob a condi��o de n�o ser identificado, o pre�o da Ptax, que serve para liquida��o de contratos futuros e � definido no in�cio da tarde, segue considerando a percep��o de que o Banco Central n�o ir� rolar os contratos de swap cambial que vencem em 3 de setembro, o que tende a manter uma press�o de alta sobre o d�lar. Mas, essa taxa pode perder vigor nesta sexta-feira, caso Bernanke emita novos sinais de um relaxamento monet�rio adicional nos EUA, em discurso a ser proferido logo mais, �s 11 horas. Em contrapartida, acrescenta o operador, se Bernanke decepcionar, os mercados financeiros v�o estressar como um todo.
A aposta de que haver� uma terceira edi��o de afrouxamento quantitativo (QE3) faz as principais moedas internacionais se valorizarem de modo consistente ante o d�lar no exterior. No hor�rio acima, o d�lar norte-americano ca�a 0,34% ante o d�lar australiano; perdia 0,24% ante o d�lar canadense e recuava 0,76% ante o rand sul-africano.
J� o euro subia a US$ 1,2625, no mesmo hor�rio, de US$ 1,2506 no fim da tarde de ontem em Nova York, alimentando ainda por rumores de que o presidente do Banco Central alem�o (Bundesbank), Jens Weidmann - um dos principais opositores ao programa de compra de t�tulos defendido pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi - estaria considerando sua ren�ncia.
O analista de mercados emergentes da Icap, Filipe Brand�o, ressalta por�m, que apesar de uma confirma��o (ou n�o) de um QE3 por Bernanke guiar o humor dos ativos de risco nesta sexta-feira, os n�meros da economia brasileira no segundo trimestre tendem a fazer um contrapeso. "O governo vai continuar atuando para manter um d�lar mais forte a fim de dar mais competitividade � ind�stria nacional", avalia.
Nesta manh�, o IBGE informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Pa�s cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano em rela��o ao trimestre imediatamente anterior, resultado que ficou abaixo da mediana calculada, de 0,50%, ap�s levantamento do AE Proje��es. Da mesma forma, o crescimento de 0,5% em rela��o a igual per�odo de 2011 ficou abaixo da mediana projetada, de 0,70%.
Na quinta-feira (30) � noite, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que a pol�tica cambial do governo continuar� muito ativa, de modo a tornar o real mais competitivo e mais desvalorizado. "Estamos atentos e vigilantes para n�o deixar diminuir a competitividade do real", disse, acrescentando que o governo continuar� comprando divisas e atuando no mercado de derivativos e � vista. Para o ministro, a guerra cambial ainda n�o terminou e h� uma "defasagem no c�mbio".