A proposta apresentada pela GM na noite de segunda-feira de aumento salarial de 8,24% para os metal�rgicos de S�o Jos� dos Campos (SP) foi aprovada por todos os turnos de trabalhadores da montadora nesta ter�a-feira. A oferta da GM rep�e a infla��o de 5,39% do per�odo, de acordo com o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor (INPC), e d� 2,7% de aumento real.
O reajuste de 8,24% se aplica a sal�rios de at� R$ 8 mil. Acima desse valor, os trabalhadores receber�o quantia fixa de R$ 659 20. O piso salarial ser� reajustado de R$ 1.576,68 para R$ 1.712 aumento de 8,58%, e os trabalhadores v�o receber R$ 3.250 de abono salarial.
Na �ltima quarta-feira (05), a GM havia proposto reajuste de 2% de aumento real e R$ 2.500 de abono salarial - rejeitados na quinta-feira (06), em assembleia. Os metal�rgicos pediam 7,48% de aumento real, al�m da reposi��o da infla��o e amea�avam paralisa��es nas f�bricas caso a negocia��o n�o avan�asse.
De acordo com o sindicato, a GM possui 7.500 funcion�rios em S�o Jos� dos Campos, dos quais 925 est�o em lay-off (suspens�o tempor�ria dos contratos de trabalho). Nesta quinta-feira (13), os sindicalistas se re�nem novamente com representantes da montadora para discutir a campanha de defesa de empregos na GM.
Ap�s a aprova��o da proposta, o secret�rio-geral do Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Jos� dos Campos, Luiz Carlos Prates, criticou o acordo v�lido por dois anos fechado pela Federa��o dos Sindicatos dos Metal�rgicos da CUT (FEM-CUT) com montadoras no ano passado. "O acordo fechado com a GM supera o acordo assinado pela FEM no ano passado, que vinha sendo um empecilho nas nossas negocia��es, pois se transformou numa refer�ncia rebaixada. Isso demonstra que nos outros setores � poss�vel se mobilizar para arrancar mais", disse, em nota distribu�da � imprensa. O Sindicato dos Metal�rgicos de S�o Jos� dos Campos � filiado � CSP-Conlutas. "Cada ano tem uma realidade, por isso n�o fizemos acordo de dois anos", refor�a o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.
No total, 44 mil metal�rgicos trabalham na regi�o de S�o Jos� dos Campos. Dentro deste grupo, os 7.500 da GM aceitaram entrar em acordo com a montadora, mas os demais seguem em campanha salarial. Esta semana, a categoria realiza protestos, assembleias e paralisa��es nas f�bricas, como forma de press�o. Os metal�rgicos de S�o Jos� dos Campos pedem 7,48% de aumento real, mas a maioria das propostas foi de 5% de reajuste, o que exclui aumento real e n�o cobre a infla��o do per�odo.
Os trabalhadores da TI Automotive, em S�o Jos� dos Campos, e da Schrader, em Jacare�, por exemplo, rejeitaram hoje propostas de reajuste salarial do Sindipe�as que cobria a infla��o do per�odo. A primeira, com 800 funcion�rios, aprovou greve de 24 horas a partir desta ter�a e a segunda, com 230 trabalhadores, realizou paralisa��o de duas horas.
S�o Caetano
Em S�o Caetano do Sul, os trabalhadores da GM receberam a mesma proposta da montadora, mas todos os turnos de trabalhadores rejeitaram a proposta. A reivindica��o da categoria � que o reajuste seja feito a partir de 1º de setembro, data base da categoria. A montadora prop�e reajuste a partir de 1º de outubro.
Nesta quarta, a diretoria da GM se re�ne para discutir a situa��o dos metal�rgicos de S�o Caetano do Sul e chama o sindicato para negociar em seguida, de acordo com o presidente em exerc�cio do Sindicato dos Trabalhadores Metal�rgicos de S�o Caetano do Sul, Francisco Nunes Rodrigues. Segundo a entidade, a GM tem 12.500 funcion�rios metal�rgicos em S�o Caetano do Sul.
Estado
Os metal�rgicos ligados � FEM-CUT realizam essa semana mobiliza��es em todo o Estado para pressionar o setor patronal a se aproximar de suas reivindica��es. Ontem, cerca de 56 mil metal�rgicos na regi�o do ABC paulista fizeram uma paralisa��o de 24h nas f�bricas. A ades�o ao movimento foi de 80%, dentre os 70 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metal�rgicos do ABC que participam de campanha salarial este ano.
Os trabalhadores do ABC voltaram ao trabalho hoje, mas metal�rgicos de outras cidades, como S�o Carlos, Sorocaba e Pindamonhangaba, realizaram atrasos nos turnos e protestos nas f�bricas. A expectativa dos metal�rgicos do Estado � que at� quinta-feira (13) as empresas procurem os sindicatos para realizar nova proposta que possa ser apresentada aos trabalhadores no final de semana.