A infla��o oficial neste ano poder� fechar com alta de 5%, pouco abaixo, portanto, da mediana das expectativas do mercado que, segundo a Pesquisa Focus, indica uma alta de 5,3% para o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) no final de 2012. A previs�o � do professor de economia da Universidade de S�o Paulo (USP), Heron do Carmo, que participa na manh� desta segunda-feira da reuni�o de economistas na sede da Fecomercio-SP sobre "O Desafio do Crescimento". Para o economista, se a infla��o fechar acima do centro da meta (4,5%) neste ano, n�o ser� surpresa. De acordo com ele, "nunca tivemos uma meta de infla��o para ser cumprida no Brasil".
"Se pegarmos a infla��o nos �ltimos anos, temos uma taxa media de 5%. H� muito tempo temos um conflito entre as metas e o que realmente acontece na economia", diz o professor. Ele ainda se mostra preocupado com os pre�os das carnes e do feij�o no final deste ano, que poderiam levar a uma press�o maior da infla��o. Para Heron, apesar de o peso de produtos como feij�o e tomate, por exemplo, ser pequeno na composi��o do IPCA, quando eles sobem as varia��es s�o muito elevadas. "Feij�o e tomate, quando sobem, atingem varia��es de at� 100%", disse.
Para 2013, Heron do Carmo prev� uma taxa de infla��o tamb�m pr�xima dos 5%. De acordo com ele, o IPCA no ano que vem vai se apropriar do efeito defasado do conjunto de IGPs (�ndice Geral de Pre�os) neste ano, que acumulam alta em torno de 8%. E isso, de acordo com Heron, vai impactar os pre�os administrados em 2013. "Isso sem contar o efeito elei��es, que seguram os reajustes dos pre�os antes e soltam depois", lembrou o professor.
Ele defende que haja uma desindexa��o da economia o mais rapidamente poss�vel. "N�o faz sentido um sujeito contratar um aluguel de dois anos e, na metade do contrato, ter seu valor corrigido. Os contratos da economia teriam que ser pr�", argumentou o economista, para quem a indexa��o coloca 2 pontos porcentuais a mais sobre a taxa de infla��o.