Na esteira da discuss�o sobre o tema infla��o durante a reuni�o que analisa "O Desafio do Crescimento" na sede da Fecomercio-SP, economistas que participam do evento questionaram a capacidade do Banco Central (BC) de gerenciar as expectativas dos analistas do mercado financeiro em rela��o � infla��o.
Os questionamentos come�aram a partir da defesa do professor de economia da Universidade de S�o Paulo (USP), Heron do Carmo, � revis�o para baixo da meta central de infla��o ou da banda de acomoda��o de choques, que hoje � de 2 pontos porcentuais para cima e 2 pontos para baixo em rela��o ao centro da meta do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que � de 4,5%. Heron defende, por exemplo, a desindexa��o da economia.
O economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, disse achar dif�cil ocorrer um processo de desindexa��o da economia justamente por conta da falta de certeza em rela��o � infla��o. "Se eu tivesse uma casa para alugar, iria reajustar o meu contrato por um indicador de infla��o. N�o posso confiar que a infla��o vai ficar na meta", disse o economista, acrescentando que o consenso hoje, por exemplo, � de que o BC est� disposto a aceitar um pouco mais de infla��o em troca de um pouco mais de crescimento.
Para o ex-diretor do BC, Carlos Tadeu de Freitas, o problema hoje n�o � a infla��o ficar em 5% ou 5,5%, mas sim em o mercado n�o acreditar que o BC vai elevar a taxa de juros em caso de necessidade. "Isso n�o acontece nos Estados Unidos porque o Fed (banco central americano) tem uma forte credibilidade perante o mercado", disse Freitas.
Marcelo Alain, diretor da Deux Consultores, emendou acrescentando que "n�o temos um regime de metas de infla��o que vai garantir a infla��o no centro da meta. Temos um regime de c�mbio flutuante que n�o � mais flutuante", disse. Para ele, apesar de a economia n�o precisar mais tanto de uma �ncora como no come�o do Plano Real, hoje o Brasil n�o tem uma �ncora monet�ria.