O ex-ministro da Fazenda e s�cio da Tend�ncias Consultoria Integrada, Mailson da N�brega, criticou nesta ter�a-feira o governo por adotar - segundo ele - uma pol�tica de controle cambial, com uma banda informal para a moeda norte-americana entre R$ 2 e R$ 2,10. "O que � preocupante � o governo recriar regime cambial de taxas fixas, em que permite varia��o entre uma banda estreita; a gente j� aprendeu que esse tipo de c�mbio pode dar problemas l� na frente", disse Mailson.
O ex-ministro criticou ainda, mesmo sem cit�-lo nominalmente, o ministro Guido Mantega, pelas a��es da equipe econ�mica que trouxeram o patamar do d�lar de pouco acima de R$ 1,50, em meados de 2011, para a banda atual. "Al�m de o governo ter uma banda informal, o ministro da Fazenda sugeriu uma novidade, ou seja, a flutua��o s� para cima", disse Mailson, que participa de semin�rio sobre cr�dito, em S�o Paulo.
No mesmo evento, o tamb�m ex-ministro da Fazenda Delfim Netto avaliou que a taxa do c�mbio deve ficar em torno de R$ 2, mas garantiu que a "taxa real da moeda norte-americana s� dever� aparecer quando os juros internos forem iguais aos externos, o que trar� um equil�brio entre os fluxos financeiros".
Delfim avaliou que o setor industrial vive em "estado de desespero" em busca de um d�lar num patamar mais elevado, mas admitiu que "o d�lar a R$ 2 inclui mais exporta��es do que a R$ 1,50 e que a moeda a R$ 2,20 melhoria mais que os atuais R$ 2", afirmou. O ex-ministro criticou, no entanto, a pol�tica cambial do passado, que manteve o d�lar sobrevalorizado por conta da entrada de investimentos especulativos ocorrida justamente pela alta na taxa de juros.
"Exageramos na valoriza��o cambial, e o efeito devastador de uma pol�tica de c�mbio sobrevalorizado prejudicou o (setor) industrial. A taxa de juros interna igual � externa eliminaria o capital especulativo", completou.
Mailson e Delfim citaram o estudo do Centro de Estudos em Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento da Escola de Economia de S�o Paulo (FGV-EESP), que aponta em R$ 2,67 o c�mbio ideal para que as empresas nacionais de alta tecnologia voltem a ter competitividade. No entanto, ambos consideraram dif�cil o avan�o da moeda norte-americana para esse patamar.