A cria��o de empregos formais no Brasil cresceu mais em 2011 que o Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s, segundo dados da Rela��o Anual de Informa��es Sociais (Rais) apresentados hoje pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego (MTE). Naquele ano, houve redu��o de crescimento tanto de empregos (6,94% para 5,09%) quanto do PIB (7,5% para 2,7%) com rela��o a 2010, mas a expans�o da m�o de obra foi pouco afetada pelo cen�rio econ�mico.
No total, foram gerados 2,8 milh�es de postos em 2010 e 2,2 milh�es em 2011. “Isso mostra que PIB e emprego t�m rela��o direta, mas n�o t�o direta assim”, disse o diretor de Emprego Sal�rio do MTE, Rodolfo Torelly. Segundo ele, a perda de dinamismo econ�mico n�o foi proporcional em termos de gera��o de emprego. Nesse contexto, o rendimento m�dio dos trabalhadores formais tamb�m teve crescimento, passando de R$ 1.847,92 em 2010 para R$ 1.902,13 em 2011 – aumento de 2,93%.
A causa para a relativa independ�ncia da gera��o de empregos em 2011 sobre a atividade econ�mica foi a expans�o de setores mais intensivos em m�o de obra, como o de servi�os, o que mais contratou em 2011: mais de 1 milh�o de empregos. Al�m do servi�o, outros setores que se destacaram na cria��o de empregos foi o com�rcio (404,6 mil) e a constru��o civil (241,3 mil).
A redu��o na cria��o de empregos formais entre 2010 e 2011, equivalente a 600 mil vagas preenchidas a menos, ocorreu pelo menor dinamismo nos segmentos celetista e estatut�rio. No regime da Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT), houve a redu��o do crescimento de 7,87%, em 2010, para 5,96%, em 2011. No caso dos servidores p�blicos, a queda no ritmo foi de 3,26% em 2010, para 1,47%, em 2011.
A coordenadora de Estat�stica de Trabalho do minist�rio, Maria das Gra�as, explicou que a rotatividade continua sendo um problema no mercado de trabalho brasileiro. Apesar do ritmo positivo na cria��o de v�nculos empregat�cios, ainda h� muitas demiss�es sem justa causa que geram o recebimento de seguro-desemprego pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo ela, com o dinamismo da economia, h� rotatividade causada pela demanda por m�o de obra qualificada, n�o suprida pelo mercado. Nesses casos, s�o os trabalhadores que saem em busca de melhores oportunidades. Em contraponto, h� excesso de m�o de obra sem qualifica��o, o que gera a dispensa de trabalhadores como forma de redu��o de custos para as empresas.
“Essas duas tend�ncias coexistem, mas o impacto causado pelas demiss�es sem justa pelas empresas � maioria. Da� a preocupa��o com a rotatividade como fator de precariza��o do trabalho e redu��o de rendimentos”, disse Maria das Gra�as.
Na quest�o de g�nero, as mulheres continuam sendo minoria em rela��o ao homem, apesar de gradativamente recuperar espa�o no mercado e elevar a instru��o, especialmente no n�vel de escolaridade superior completo. No total, 58% dos empregos formais s�o ocupados por homens, e 42% pelas mulheres – crescimento de 5,93% em rela��o a 2010, ante os 4,49% dos homens.
De acordo com o Rodolfo Torelly, essa diferen�a de g�nero se deve � inser��o tardia da mulher no mercado de trabalho. A Rela��o Anual de Informa��es Sociais � um registro administrativo anual que compila dados sobre o mercado de trabalho brasileiro, elaborado para selecionar os benefici�rios do abono salarial. Os dados da Rais 2011 est�o dispon�veis no site do MTE.