Os pa�ses emergentes, como Brasil, China, �ndia e R�ssia, ter�o de se adaptar para continuar crescendo, porque a crise na Europa n�o ter� solu��o em curto prazo. A avalia��o foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira, em Paris onde se encontrou com uma plateia de dirigentes de 14 grandes multinacionais do pa�s. Para o brasileiro, os pa�ses europeus est�o "estagnados", as medidas para socorrer sua economia s�o "postergados para a eternidade" e n�o haver� solu��o em menos de dois ou tr�s anos.
O diagn�stico foi feito no fim da manh�, em conversa com jornalistas ap�s a palestra a portas fechadas que realizou na embaixada do Brasil a diretores e presidentes de companhias como Carrefour, Casino, Dassault, Peugeot, BNP Paribas e Alstom. "Mostrei a eles por que o Brasil tem condi��es de continuar em sua trajet�ria de crescimento, apesar da situa��o econ�mica internacional", disse Mantega. "A crise vai continuar, principalmente na Europa, onde n�o h� uma solu��o de curto prazo."
Segundo o ministro, as medidas adotadas pela Uni�o Europeia para combater os efeitos da turbul�ncia, como a cria��o do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), a nova supervis�o do sistema financeiro ou ainda a compra de t�tulos das d�vidas soberanas pelo Banco Central Europeu (BCE), "t�m dificuldades de sair do papel. "S�o medidas positivas", avaliou. "Mas quando voc� v� as regras, as condicionalidades, elas n�o saem do papel."
Para Mantega, a crise na Europa n�o ter� solu��o antes de dois ou tr�s anos porque "tudo fica postergado para a eternidade". "Isso significa que pa�ses emergentes t�m de se organizar para poder fazer face a essa situa��o", pregou. "O Brasil tem a vantagem de ter um mercado dos mais din�micos, que continua crescendo independente da crise internacional. N�s trabalhamos com alto n�vel de emprego."
De acordo com o ministro, o Brasil j� est� crescendo a um ritmo mais acelerado e pode j� ter superado a velocidade de aumento do PIB da economia dos Estados Unidos. "Nossa economia est� acelerando no segundo semestre. Temos v�rios indicadores mostrando isso e vamos terminar o ano crescendo 4%, lembrou, citando os programas de est�mulo, como a desonera��o das folhas de pagamento, a redu��o do custo de energia e a queda cont�nua da taxa b�sica de juros. Al�m disso, afirmou, o Pa�s n�o enfrenta risco inflacion�rio.
Estados Unidos
Mesmo sem ser questionado a respeito, Mantega voltou a falar na nova "flexibiliza��o monet�ria" - ou quantitative easing - do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Para o ministro, ao injetar US$ 40 bilh�es na economia, Washington usa o �nico recurso de que disp�e, que s�o as medidas monet�rias. "Os americanos tomam por falta de possibilidade de tomar medidas fiscais. Eles n�o t�m outra alternativa a n�o ser tomar medidas monet�rias", disse ele, ainda assim criticando: "Querem fazer mais do mesmo, porque a �nica estrat�gia que eles t�m utilizado � fazer expans�o monet�ria, que vai perdendo efic�cia, do meu ponto de vista. � um pouco como chover no molhado."