Moradores das nove maiores regi�es metropolitanas brasileiras comprometem cerca de 15% da renda com transporte urbano. O gasto �, em m�dia, cinco vezes maior em transporte privado do que em transporte p�blico. A conclus�o est� no estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea).
O documento tra�ou o perfil do gasto de fam�lias residentes em S�o Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, no Recife, em Fortaleza, Salvador e em Bel�m. Os dados utilizados no estudo t�m como base as duas �ltimas edi��es da Pesquisa de Or�amento Familiar (POF), de 2003 e de 2009, e refletem o custo com deslocamentos di�rios urbanos ou metropolitanos.
De acordo com o t�cnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Carlos Henrique de Carvalho, o gasto com transporte privado em cidades do interior do pa�s chega a ser nove vezes maior, indicando grande depend�ncia do transporte p�blico entre fam�lias de menor renda.
Ele lembrou que, a partir de 2003, o pa�s registrou melhorias em praticamente todas as faixas de renda. “Mas grande parte desse aumento de renda � canalizada para o transporte privado, principalmente para a compra de autom�veis e motocicletas, o que aumenta a degrada��o das condi��es de tr�nsito nos deslocamento cotidianos”, disse.
Para Carvalho, o governo brasileiro precisa adotar pol�ticas de mobilidade urbana baseadas no modelo europeu, que n�o cria restri��es para a compra de ve�culos, mas estimula o uso racional de autom�veis e motocicletas. A ideia � ampliar, por exemplo, as tarifas de cobran�a em estacionamentos e ped�gios urbanos e melhorar a qualidade do transporte p�blico. “Assim, a pessoa pode deixar o carro na garagem ou em uma esta��o de metr� mais pr�xima”, explicou.
O t�cnico ressaltou que a atual pol�tica brasileira est� voltada para o est�mulo � compra e ao uso o transporte individual por meio de medidas como o barateamento da gasolina e do pre�o dos ve�culos em rela��o � infla��o. “Ao mesmo tempo, as tarifas de �nibus aumentaram acima da infla��o. Por isso, as condi��es de mobilidade v�o piorando, porque as pessoas tendem a usar cada vez mais o transporte individual”, concluiu.