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Estado de Minas

Transporte leva 15% da renda das fam�lias brasileiras

Ipea aponta percentual destinado � mobilidade urbana, tanto em meios p�blicos quanto privados. Comprometimento � maior no entorno das capitais, justo onde sal�rio � menor


postado em 21/09/2012 06:00 / atualizado em 21/09/2012 07:57

As fam�lias brasileiras gastam quase cinco vezes mais com transporte privado do que com o p�blico, segundo estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisas Econ�micas Aplicadas (Ipea) para medir o custo do transporte urbano no Brasil. A principal consequ�ncia disso � que 15,2% da renda familiar � comprometida apenas com o transporte. Em Minas, essa � rela��o � um pouco menor (14,29%), mas retrata o elevado custo das duas categorias de mobilidade.

O estudo foi feito com base em dados da Pesquisa de Or�amento Familiar de nove estados (Cear�, Par�, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, S�o Paulo, Paran�, Rio Grande do Sul, al�m de Minas) e mostra quanto as fam�lias destinam do or�amento para quitar despesas relativas ao transporte. E, dada a pol�tica governamental de priorizar meios privados em detrimento dos p�blicos, a fatia de comprometimento da renda tende a aumentar.

No interior do pa�s, a discrep�ncia entre os gastos com transporte p�blico e privado � ainda maior que nas capitais. A rela��o dos gastos nessas cidades � igual a 8,5 vezes no comparativo entre particular e coletivo, enquanto nas capitais esse rela��o � de apenas 3,8 vezes. A diferen�a se d� porque no interior os meios p�blicos s�o ainda mais sucateados, o que praticamente obriga a popula��o a usar ve�culos pr�prios. Segundo o autor do estudo e t�cnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Carlos Henrique de Carvalho, no interior as linhas de �nibus n�o v�o a todos os destinos necess�rios e a frequ�ncia tamb�m � bem menor. “Isso faz com que muitas pessoas invistam na aquisi��o de motos. No interior, proporcionalmente, essa frota cresce ainda mais r�pido que a de outros ve�culos”, afirma.


Considerando as cidades do colar metropolitano (segundo o pesquisador, s�o aquelas perif�ricas), a rela��o entre os gastos com transporte privado e p�blico � a menor entre as tr�s regi�es pesquisadas. Isso se d� porque os moradores dessas cidades usam principalmente �nibus para se locomover e, por serem dist�ncias mais longas, acabam por pagar mais pela tarifa. Com isso, para piorar, comprometem percentual maior da renda com transporte. Enquanto no interior o custo da mobilidade equivale a 15,9% da renda e na capital essa rela��o � de 13,8%, no chamado colar metropolitano fica em 16,4%, al�m de a renda dessa parcela tamb�m ser a menor. “As pessoas de baixa renda s�o punidas duplamente. Elas se deslocam menos e, quando o fazem, pagam mais”, afirma Carvalho.

A estudante Ana Mara Amaral � exemplo da tentativa de reduzir os gastos. Ela mora na Serra, na Regi�o Centro-Sul de BH, e, para economizar, ela e o marido t�m apenas um carro. Com isso, ele a leva para a faculdade e ela faz atividades rotineiras de �nibus. “Se fizesse tudo de �nibus, sairia mais barato, mas � mais c�modo e seguro que ele me leve, por ser � noite”, afirma Ana, que diz gastar entre 5% e 10% de sua renda com transporte. No caso do engenheiro Renato Salum, o sonho de voltar a usar transporte p�blico de qualidade, como na �poca de estudante nos Estados Unidos, ainda est� distante. A lentid�o e a falta de conforto obriga a fam�lia a ter tr�s carros na garagem, o que significa gastar quase 15% da renda com transporte. “Seria um sonho andar de �nibus”, afirma.

A predile��o ser dada ao transporte privado e o p�blico ser usado basicamente pela classe mais pobre, segundo o pesquisador, vem da falta de medidas pol�micas, como o aumento da gasolina e ped�gio urbano, que desestimulassam os meios individuais. “Outro exemplo de contraincentivo � que as tarifas de �nibus, nos �ltimos anos, subiram acima da infla��o, enquanto foram tomadas v�rias medidas para facilitar o acesso aos carros.”


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