A redu��o dos juros cobrados nos cart�es de cr�dito do Bradesco � uma resposta n�o s� �s press�es do governo, mas tamb�m aos questionamentos da sociedade, de acordo com o diretor executivo do banco, Marcelo Noronha. As demandas dos clientes, conforme ele, pesam muito mais na decis�o da institui��o do que as press�es governamentais.
A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manifestaram recentemente a preocupa��o com os juros cobrados no cart�o. Em seu pronunciamento em comemora��o ao anivers�rio da Independ�ncia do Brasil, Dilma fez uma dura cobran�a �s administradoras. "Os cart�es de cr�dito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo para n�veis civilizados seus ganhos", disse ela, na ocasi�o.
Na opini�o de Noronha, a press�o governamental � leg�tima. "O governo � representante da sociedade. Somos sens�veis e estamos olhando para o todo", avaliou ele.
Para compensar a queda nos juros dos cart�es de cr�dito, o Bradesco espera aumentar escala, ampliando a base de clientes, o n�mero de transa��es e controle das perdas de cr�dito. Conforme Noronha, a redu��o est� sendo estudada desde o ano passado e foi feita agora, pois o banco entendeu que o momento era ideal para virar a p�gina e reduzir os encargos cobrados nos cart�es de cr�dito para apenas um d�gito.
"Estamos colocando o cart�o de cr�dito em xeque no Brasil por conta de taxas de juros de dois d�gitos quando, na realidade, ele � extremamente ben�fico para bancos, clientes, sociedade. A decis�o do Bradesco foi romper com este modelo ganhando mercado" justificou ele.
Atualmente, 70% das contas a receber de cart�es de cr�dito s�o sem juros, disse Noronha, citando n�meros da Associa��o Brasileira das Empresas de Cart�es de Cr�dito e Servi�os (Abecs). Dos outros 30% que t�m encargos, em torno de 10% a 12% pagam juros de dois d�gitos, segundo Noronha. A redu��o dos juros cobrados nos cart�es de cr�dito para um d�gito tamb�m ser� estendida, de acordo com ele, aos pl�sticos private label (lan�ado em parcerias com lojas e varejistas).
Sobre a metodologia da cobran�a no cart�o de cr�dito, Noronha disse que n�o ser� feita nenhuma altera��o. Os benef�cios, segundo o diretor do Bradesco, ser�o mantidos. "A �nica mudan�a � em rela��o aos juros cobrados que passam para um d�gito", explicou ele.
Fim parcelamento sem juros
Questionado sobre o poss�vel fim do parcelamento no cart�o de cr�dito sem juros, passando a cobrar encargos de clientes que queiram dividir a venda nos pl�sticos, como acontece em todo o mundo, ele disse que n�o acredita nesta possibilidade. "Esta � uma quest�o que est� sendo sempre discutida. H� questionamentos dos reguladores. O parcelamento sem juros tem benef�cios. � necess�rio coibir os extremos e alcan�ar um equil�brio", disse Noronha.
A decis�o do Bradesco de reduzir os juros cobrados n�o est� relacionado ao poss�vel fim do parcelamento sem encargos e tamb�m ao aumento de calotes. "A nossa inadimpl�ncia est� controlad�ssima", afirmou ele, sem revelar o n�vel atual deste indicador.
O Bradesco anunciou nesta segunda-feira a redu��o da taxa de juros dos seus cart�es de cr�dito com bandeiras Visa, American Express, ELO e Mastercard. A taxa de juros m�xima do cr�dito rotativo foi reduzida em 54%, passando de 14,9% ao m�s para 6,9% ao m�s. As taxas de juros para parcelamentos nos cart�es de cr�dito ca�ram de 8,9% para 4,9% ao m�s, na m�xima.