Empres�rios de 14 setores da ind�stria e do com�rcio relataram nesta sexta-feira ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que est�o fazendo apenas investimentos pontuais e de curto prazo. Em reuni�o-almo�o na capital paulista, organizada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Tombini ouviu dos empres�rios que, a despeito das medidas do governo de est�mulo ao setor, a ind�stria n�o tem investido.
Com o objetivo de mais ouvir do que falar, como fazem os diretores do BC em encontros trimestrais com analistas do mercado financeiro, Tombini teria chegado ao evento, segundo a economista e consultora do Iedi, Cristina Fr�es de Borja Reis, querendo saber por que os investimentos no setor n�o est�o progredindo, apesar das medidas de incentivo � ind�stria. Custo Brasil, falta de competitividade no c�mbio e press�o salarial, entre outras justificativas, foram a resposta � pergunta do presidente do BC.
No c�mbio, houve melhoras, disseram os empres�rios a Tombini. Mas a ind�stria ainda sofre com o problema da entrada de produtos importados na economia brasileira. O presidente do BC, que teria aberto a participa��o dizendo acreditar que voltava ao encontro num momento da economia melhor do que no ano passado em raz�o da desvaloriza��o cambial, redu��o de juros e desonera��o da folha de pagamento, teria fechado o encontro dizendo que sa�a menos otimista do que quando chegara.
O cen�rio est� muito dif�cil para investir, teria dito um industrial a Tombini, conforme relatou a economista do Iedi. Do setor eletroeletr�nico, intensivo em componentes importados, o presidente do BC ouviu reclama��es pelo fato de o c�mbio ter se desvalorizado. "O setor eletroeletr�nico tem uma vis�o diferente dos demais setores porque o c�mbio desvalorizado n�o � vantajoso para ele", disse Cristina.
Outra novidade para Tombini, segundo a economista do Iedi, pode ter sido a afirma��o do setor de bens de capital dando conta de que seu maior concorrente deixou de ser a China e passou a ser It�lia, Alemanha e Espanha. "Como a perspectiva do cen�rio internacional continua dif�cil na Europa e Estados Unidos e a demanda externa se mant�m baixa, estes pa�ses est�o exportando para outros pa�ses como o Brasil", disse Cristina.
Mesmo diante das reclama��es, Tombini deixou uma mensagem positiva, defendendo que a infla��o convergir� para meta e que os movimentos de redu��o de juros e desvaloriza��o cambial mostraram caracter�sticas pedag�gicas. Tombini, de acordo com a economista, teria afirmado que o Brasil aprendeu que pode baixar juros e desvalorizar o c�mbio sem aumentar a infla��o.