Os brasileiros que n�o conseguiram fechar as contas usaram R$ 1,184 bilh�o do cheque especial, em m�dia, por dia, em agosto, segundo dados do Banco Central (BC). No m�s, o saldo da d�vida dos correntistas com os bancos ficou em R$ 21,095 bilh�es, redu��o de 1,3% em rela��o a julho.
Apesar das recentes redu��es dos juros do cheque especial, essa ainda continua sendo uma modalidade de cr�dito com taxa alta. Em agosto, de acordo com o BC, a taxa ficou em 148,6% ao ano, com redu��o de 2,4 pontos percentuais em rela��o a julho e 39,5 pontos percentuais na compara��o com o mesmo m�s de 2011. Para perceber o quanto esses juros s�o altos, basta compar�-los � taxa do cr�dito pessoal, inclu�das opera��es consignadas em folha, que ficou em 39,4% ao ano, em agosto.
Os t�cnicos do BC costumam dizer que a taxa de juros do cheque especial � “proibitiva”, ou seja, deve-se evitar o uso dessa modalidade de cr�dito.
O professor de finan�as da Faculdade Ibmec Marcos Aguerri Pimenta explica que os juros s�o altos porque o “dinheiro est� dispon�vel na conta-corrente a qualquer momento, sem a necessidade de negociar com o gerente no banco”. “O cheque especial � �til apenas para momentos de emerg�ncia e, portanto, em casos de curt�ssima dura��o, como alguns dias”, aconselha.
Mas os brasileiros costumam usar o cheque especial por 22 dias, em m�dia, ao longo do m�s. Pelos c�lculos do professor, se um correntista usar R$ 100 de cheque especial nesse per�odo de 22 dias, ir� pagar R$ 5,82. “Isso � um valor consider�vel, ainda mais se compararmos � caderneta de poupan�a, que remunera em torno disso no per�odo de um ano”, destaca. Ou seja, se em vez de usar o cheque especial, o correntista tivesse R$ 100 para aplicar na poupan�a, levaria um ano para ter em torno de R$ 5,82 de remunera��o, valor pago ao banco pelo empr�stimo em apenas 22 dias.
No c�lculo do valor do cheque especial, foram considerados a taxa m�dia de juros e o Imposto sobre Opera��es de Cr�dito, C�mbio e Seguros (IOF). De acordo com a Receita Federal, a al�quota de 0,38% incide sobre cada novo empr�stimo. Al�m dessa al�quota, � cobrado 0,0041% ao dia, incidente sobre o somat�rio dos saldos devedores di�rios.