O novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu�ria (Embrapa), Maur�cio Ant�nio Lopes, disse hoje que a orienta��o do governo � para que a empresa intensifique sua atua��o internacional. Pedro Arraes, seu antecessor, foi afastado e exonerado do cargo na semana passada ap�s o Conselho de Administra��o da institui��o concluir que houve descumprimento legal e estatut�rio na cria��o da Embrapa Internacional, desconstitu�da por decreto pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.
Lopes disse que uma sindic�ncia interna est� apurando o caso e as responsabilidades de cada envolvido na cria��o do bra�o internacional da Embrapa, mas avaliou que houve um equ�voco da gest�o anterior. Segundo ele, embora o modelo concebido anteriormente tenha sido extinto, a orienta��o de Mendes Ribeiro � para que se trabalhe numa alternativa para agilizar a atua��o internacional.
“O que aconteceu foi um problema com rela��o � forma como a Embrapa Internacional foi criada. N�o quer dizer que a empresa vai regredir ou diminuir a �nfase em sua coopera��o internacional. Vamos buscar formas para que a atua��o no exterior possa se dar de forma r�pida e �gil”, disse, acrescentando a import�ncia da empresa na divulga��o da imagem do Brasil no exterior.
Entre as prioridades de sua gest�o, Lopes citou o aprimoramento do sistema de intelig�ncia estrat�gica da Embrapa - considerando que a empresa tem 47 unidades no pa�s, quase dez mil empregados, sendo 2.410 pesquisadores - e ainda desenvolve pesquisas no exterior com laborat�rios dos Estados Unidos, da Fran�a, Alemanha, Coreia do Sul e do Jap�o.
O novo presidente disse tamb�m que a Embrapa refor�ar� as pesquisas no setor sucroalcooleiro. “A Embrapa tinha feito a op��o de n�o operar muito efetivamente nesse setor, mas ele se tornou extremamente importante e cr�tico para o Brasil.”
Lopes disse, no entanto, que o setor n�o pode mais pensar apenas em cana-de-a��car, considerando outras op��es para aumentar a capacidade de produ��o de energia renov�vel, como o sorgo sacarino. Na vis�o do novo presidente, o pa�s tem uma condi��o �nica de converter todo o seu parque sucroenerg�tico em biorrefinarias, transformando tamb�m biomassa em v�rios produtos, assim como � feito hoje com o petr�leo, mas por meio de uma fonte renov�vel.
No segundo dia � frente de uma das empresas de pesquisa agropecu�ria mais respeitadas do mundo, Lopes disse que a cria��o da Embrapa, na d�cada de 1970, se deu num momento em que o Brasil n�o tinha seguran�a alimentar. Em tempo recorde, a empresa e o pa�s desenvolveram uma agricultura tropical pujante, a mais desafiadora do planeta em sua opini�o.
“Agora h� uma s�rie de outros desafios. � um momento de mudan�as muito r�pidas de paradigmas, com a quest�o ambiental, influenciada pelo novo C�digo Florestal, e mudan�as clim�ticas que v�o representar ainda mais desafios para a nossa agropecu�ria”, disse. No novo cen�rio, Lopes explicou que a Embrapa deve investir cada vez mais em biotecnologia, acesso cada vez maior a recursos gen�ticos, e instrumenta��o avan�ada focando na agricultura de precis�o, para ajudar a preservar o meio ambiente.