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Estado de Minas

Candidato qualificado j� n�o aceita sal�rio baixo

Profissionais de RH se esfor�am para convencer os clientes a melhorar a remunera��o e os benef�cios ofertados, a n�o ser que pretendam treinar m�o de obra por conta pr�pria


postado em 22/10/2012 06:50 / atualizado em 22/10/2012 07:32

João Evangelista Assumpcao Teixeira Filho, presidente do Sindbuffet, acredita que a escassez de mão de obra pode até tirar empresas do mercado(foto: (Marcos Michelin/EM/D.A Press - 30/3/12))
Jo�o Evangelista Assumpcao Teixeira Filho, presidente do Sindbuffet, acredita que a escassez de m�o de obra pode at� tirar empresas do mercado (foto: (Marcos Michelin/EM/D.A Press - 30/3/12))

Procura-se recepcionista bil�ngue disposta a receber R$ 1.100 por m�s, menos de dois sal�rios m�nimos (o menor sal�rio pago no pa�s � de R$ 622). O an�ncio surpreende o consultor da empresa de recursos humanos acostumado a recrutar candidatos � vaga com ofertas salariais a partir de R$ 1,5 mil. As propostas destoantes de um cen�rio de sal�rios valorizados pela pr�pria escassez de m�o de obra n�o param de chegar. Pede-se um motorista experiente com sal�rio de R$ 800 mensais e o patr�o que busca um analista de RH formado em curso superior, especializado em programa espec�fico de folha de pessoal e com experi�ncia, quer pagar R$ 1,8 mil por m�s. A defasagem dessas vagas, ante as exig�ncias do empregador, ajuda a agravar a falta de gente para trabalhar, especialmente dos trabalhadores qualificados, em diversas �reas.

Ag�ncias de RH e especialistas em mercado de trabalho ouvidos pelo Estado de Minas estimam que essa defasagem salarial possa alcan�ar entre 30% e 40% na compara��o com as condi��es atuais do mercado de trabalho, em que os pretendentes �s vagas t�m poder de barganha para escolher. Uma vez considerados baixos, os sal�rios contribuem para tornar o recrutamento de pessoal mais longo ou at� imposs�vel. “Muitas vezes, a empresa deseja um super -omem, mas, como h� op��es de escolha para os candidatos, eles n�o aceitam a primeira proposta. Nesse momento, � preciso reposicionar os sal�rios, flexibilizar exig�ncias ou contratar um trabalhador que vai demandar treinamento” diz Hegel Botinha, diretor comercial do grupo Selpe, especializado na contrata��o de m�o de obra.

A remunera��o pode se tornar invi�vel n�o s� diante do grau de qualifica��o requisitado, como tamb�m nos casos em que a jornada de trabalho inclui fins de semana, feriados e hor�rio noturno, observa Jos� Carlos Teixeira, diretor da Conape Recursos Humanos. “Ou a empresa aceita pagar mais ou abre m�o de alguns requisitos e, ent�o, contrata um trabalhador sem experi�ncia para investir no treinamento dele”, afirma. Com a proximidade das festas de fim de ano, que abrem oportunidades tempor�rias no com�rcio, na ind�stria e no setor de presta��o de servi�os, a Conape registrou aumento de vagas e da dificuldade de preench�-las. Na semana passada, a empresa contava 898 oportunidades em aberto, quando em setembro foram 600.

H� casos em que as pr�prias empresas de RH se veem obrigadas a negociar com o empregador a revis�o das propostas de contrata��o. “Para quem tem experi�ncia, o sal�rio baixo significa adiar a procura”, diz Hegel Botinha. Isso ocorre em praticamente todos os n�veis de forma��o profissional e �reas de atua��o. Apesar do enfraquecimento da produ��o industrial e das perspectivas de crescimento modesto da economia brasileira neste ano, Selpe, Conape e o Sistema Nacional de Emprego em Minas Gerais (Sine-MG) n�o registram queda na oferta de emprego. Pelo contr�rio, j� verificam mais ofertas para atender a demanda do fim do ano, motivada pelas festas de Natal e o ano-novo.

Nas 135 unidades do Sine-MG, o balan�o mais recente indicou 22.792 vagas ofertadas em agosto passado, sendo 3,7 mil a mais frente a julho e um acr�scimo de 1,3 mil em rela��o a agosto de 2011. No acumulado deste ano, os postos ofereceram 147.613 oportunidades, encaminhando 427.997 candidatos. Os ramos mais afetados pela escassez de m�o de obra continuam a ser a constru��o civil e os servi�os de telecomunica��es. “Os sal�rios, muitas vezes, n�o s�o atrativos e se a empresa n�o melhora a proposta, n�o conseguimos preencher as vagas. Outro problema � que grande parte da m�o de obra n�o � qualificada”, afirma L�gia de Oliveira Lara, superintendente de Gera��o de Renda e Empreendedorismo da Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego.

O mercado de trabalho nas operadores de telecomunica��es � um caso t�pico. Sal�rios de R$ 600 a R$ 700 para uma jornada dura s�o recusados e as empresas passam a tentar competir por meio de benef�cios, mas ainda assim t�m dificuldades de contratar pessoal. Nem sempre elas convencem os candidatos ao somar sal�rio e benef�cios anunciando uma “remunera��o” final de R$ 1,1 mil por m�s.

Doce mercado
Nas empresas prestadoras de servi�os de buf�s, n�o h� mais espa�o para baixas ofertas salariais, segundo Jo�o Evangelista Assump��o Teixeira Filho, presidente do sindicato do setor em Belo Horizonte e regi�o metropolitana, o Sindbuffet. “Nos pr�ximos quatro anos, a escassez de m�o de obra qualificada ser� o fator principal para barrar o crescimento econ�mico”, afirma. O trabalho dos confeiteiros � um dos que melhor ilustra a corrida dos buf�s atr�s de trabalhadores. As empresas ainda disputam com as padarias esse profissional, que recebe de R$ 1,2 mil a R$ 1,6 mil, dependendo da qualifica��o. A sa�da tem sido a contrata��o de doceiros para programas intensivos de treinamento. Os buf�s da Grande BH estimam que ter�o 2 mil vagas a preencher em 2013 e 2014 para atender a demanda esperada durante os eventos da Copa do Mundo de 2014.


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