O presidente do Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme, disse que o vi�s para o cen�rio global no pr�ximo ano � negativo e que, por esse motivo, discorda da opini�o do mercado financeiro de que as taxas de juro podem subir. "A Selic ser� mantida no n�vel atual de 7,25% por muito tempo e acho que a curva de juro deveria estar muito mais achatada", do que se encontra atualmente, disse Leme, durante o 4ºSemin�rio de Private Banking da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), realizado nesta quarta-feira em S�o Paulo.
Leme abriu sua apresenta��o destacando que o mundo passa por uma daquelas crises que ocorrem a cada 50 anos a 100 anos, nas quais momentos de melhora s�o interpretados com um enganoso otimismo. O chairman do Goldman Sachs disse que os mercados financeiros passam por um processo de desalavancagem doloroso, no qual todos devem estar preparados para muita incerteza e pouco retorno.
Segundo Leme, o cen�rio externo trar� um desafio extraordin�rio para o Brasil, que se beneficiou do ciclo positivo, o que provocar� volatilidade nos mercados, nos ciclos dos neg�cios e press�o pela valoriza��o do real.
Sua estimativa � de que o d�lar fique entre R$ 2,00 e R$ 2,10, acrescentando, "n�o ser uma vis�o importante", dado que proje��o essa pode "ser descartada de acordo com o comportamento do mercado externo. Ele tamb�m citou que n�o h� riscos imediatos de infla��o no Brasil, que deve ficar entre 5% e 6,5% nos pr�ximos meses, de acordo com sua estimativa.
O executivo disse ainda que, se por algum motivo houver uma mudan�a "tremenda" na dire��o da economia mundial, para melhor, o efeito deve ser enorme na atividade econ�mica brasileira e aumentar� a press�o sobre o governo, que n�o conta com o c�mbio como instrumento para atingir suas metas de infla��o e crescimento. Leme espera que o crescimento mundial fique entre 2% e 2,5% em m�dio por ano nos pr�ximos anos, enquanto a China deve registrar expans�o de 7,5% at� 8%, disse.