Com a retomada dos voos para os Estados Unidos cinco anos depois de abandonar as rotas herdadas com a compra da Varig, a Gol Linhas A�reas d� in�cio � segunda fase da expans�o internacional. "A malha na Am�rica do Sul est� bem completa, o que nos permite partir para a expans�o internacional", disse nesta quarta-feira o presidente da empresa, Paulo Kakinoff. A Gol Linhas A�reas v� grande potencial no corredor ligando o Brasil � Am�rica do Norte e n�o pretende se restringir �s viagens o Rio e S�o Paulo a Orlando, Miami e Nova York, anunciadas para dezembro.
De acordo com Kakinoff, com a utiliza��o de Santo Domingo, na Rep�blica Dominicana, como hub (centro de conex�es), os avi�es da Gol ter�o autonomia para alcan�ar praticamente todo o mercado dos EUA. Embora ainda n�o haja decis�o sobre outros destinos, est�o no radar da companhia a�rea destinos como Canc�n, no M�xico, e Los Angeles e Las Vegas, nos EUA.
"O nosso equipamento pode alcan�ar muito mais cidades interessantes, que est�o no nosso radar, em plena fase de avalia��o de densidade de passageiros para entrarem na nossa lista de expans�o", declarou, durante a feira da Associa��o Brasileira de Ag�ncias de Viagem (Abav), na capital fluminense. Hoje, o mercado americano � explorado com transporte a�reo regular apenas pela TAM e por empresas dos EUA.
Enquanto n�o cria novas rotas, a empresa lan�ar� m�o de parceira com a a�rea norte-americana Delta Airlines, uma das acionistas da Gol. A companhia estrangeira voa da Rep�blica Dominicana para Atlanta, nos EUA, onde est� localizado o principal centro de conex�es dela. "De Atlanta, a Delta pode distribuir esses passageiros para todo o mundo", disse.
O lan�amento dos voos para os EUA n�o deve trazer de volta a marca Varig nas viagens internacionais. A avalia��o de Kakinoff � que a companhia ainda � associada a um tipo de servi�o diferente do oferecido pela Gol hoje. A empresa se vende ao mercado como uma companhia low cost, low fare (baixo custo, baixa tarifa), enquanto que a Varig era percebida como uma empresa que prestava um servi�o de padr�o mais elevado.
Enquanto planeja sua expans�o internacional, a Gol mant�m parte de seus esfor�os concentrados na integra��o com a Webjet. Depois da aprova��o da compra da empresa pelo Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) este m�s, a a�rea ainda est� trabalhando no plano de unifica��o das duas empresas, por�m ainda n�o resolveu se acabar� ou n�o com a marca Webjet. Kakinoff revelou, no entanto, que as duas empresas j� compartilham o mesmo padr�o tarif�rio.
Reajuste
Outro foco da aten��o da Gol � a busca pela recomposi��o dos pre�os dos bilhetes no mercado dom�stico. O presidente da a�rea afirmou que h� grande probabilidade de haver aumento das passagens no ano que vem. Ele explicou que o cen�rio atual de alta do pre�o do combust�vel e desvaloriza��o do real aponta para a necessidade de aumentar tarifas. Segundo ele, a recente desonera��o da folha de pagamentos pelo governo, considerada positiva pelo setor, ser� neutralizada pelo aumento e cria��o de tarifas aeroportu�rias. "No nosso caso, representa impacto que n�o s� neutraliza a desonera��o, como adiciona um custo anual de R$ 70 milh�es", declarou.
A preocupa��o � compartilhada pela TAM. A vice-presidente da unidade de Neg�cios Dom�sticos da companhia, Cl�udia Sender, estima que as a�reas brasileiras precisariam aumentar a tarifa m�dia no segmento dom�stico em 10% para zerar os preju�zos que vem amargando desde o ano passado, estimou ontem A previs�o, segundo ela, foi feita com base em relat�rios assinados por analistas do mercado financeiro, que apontam novas perdas no terceiro trimestre.
"Para as empresas chegarem no zero a zero, deveria haver pelo menos uma recupera��o de 10% na tarifa m�dia", disse a executiva. Ela explicou, por�m, que esse movimento de recupera��o dos pre�os das passagens n�o � f�cil e deve ser feito de forma gradual. "� um processo que tem de ocorrer, sen�o n�o vamos ter uma ind�stria saud�vel", comentou.