Os ministros das Finan�as dos pa�ses da zona do euro v�o fazer um novo esfor�o na pr�xima segunda-feira para resolver a quest�o da d�vida da Gr�cia, mas n�o dever�o chegar a uma decis�o que leve � libera��o de uma parcela de 31,5 bilh�es de euros do programa de ajuda ao pa�s que, est� sendo retida desde junho, mesmo depois de o Parlamento grego aprovar uma nova rodada de medidas de austeridade.
Nesta sexta-feira, altos funcion�rios da zona do euro tentaram minimizar as expectativas de que a reuni�o de segunda-feira resultasse em um acordo que levasse a libera��o dos recursos. Um deles disse que a zona do euro tem at� o fim do ano para decidir sobre a Gr�cia, dando a entender que uma decis�o poder� demorar v�rias semanas.
A Gr�cia, por sua vez, anunciou o plano de emitir 3,1 bilh�es de euros em d�vida de curto prazo na pr�xima ter�a-feira, num sinal de que o pa�s n�o mais espera receber o dinheiro prometido em tempo para um pagamento de d�vida previsto para o dia 16. Os leil�es v�o ajudar a refinanciar 5 bilh�es em d�vida a vencer e a evitar um default potencial, enquanto os credores internacionais ainda est�o debatendo quem dever� arcar com o custo de novas medidas de al�vio para a d�vida grega. As novas notas t�m vencimento em meados de dezembro, o que d� � Gr�cia mais um m�s de sobreviv�ncia.
No come�o desta semana, o Parlamento grego aprovou, com uma pequena diferen�a de votos, um pacote de leis de reformas fiscais e estruturais que os credores haviam dito que eram um pr�-requisito para a libera��o da ajuda. Neste domingo, os parlamentares gregos devem aprovar o Or�amento do governo para 2013, e a coaliz�o de governo de tr�s partidos dever� obter votos suficientes para que ele seja aprovado. Ultrapassados esses dois marcos, o "�nus" agora est� com os credores multilaterais da Gr�cia, disse a Fitch Ratings em nota de pesquisa divulgada nesta sexta.
A quest�o � como produzir cerca de 30 bilh�es de euros adicionais em ajuda, se os credores derem � Gr�cia mais dois anos para que o pa�s cumpra as metas fiscais, e como reduzir a crescente d�vida grega a um n�vel sustent�vel. V�rias op��es est�o sendo negociadas, mas os pa�ses da zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI ainda n�o chegaram a um acordo que seja aceit�vel por todas as partes.
O FMI tem insistido que s� poder� continuar a financiar a Gr�cia se houver uma chance realista de receber o dinheiro de volta, e se recusa a aprovar a libera��o da pr�xima parcela do programa de ajuda sem haver um plano de redu��o da d�vida que tenha credibilidade. As proje��es agora s�o de que a d�vida da Gr�cia vai alcan�ar 190% do PIB em 2013. Anteriormente, o FMI havia proposto que os governos dos pa�ses da zona do euro perdoassem parte dos cr�ditos que j� deram � Gr�cia. Cerca de 70% da d�vida grega est�o em poder do setor p�blico, depois de uma reestrutura��o da d�vida grega com o setor privado, no come�o deste ano. Os governos dos pa�ses da zona do euro, por�m, responderam que essa op��o est� "fora da mesa", por ser politicamente dif�cil de implementar.
"O FMI quer uma solu��o agora, mas a Alemanha e outros preferem que ela venha mais tarde", disse um alto funcion�rio da Uni�o Europeia. Segundo ele, caso a decis�o seja adiada, pode-se encontrar uma solu��o de curto prazo para manter a Gr�cia solvente. "Eles precisam de parte da ajuda, que podem encontrar de v�rias maneiras. H� muitas ideias circulando sobre isso. Desse ponto de vista, h� alguma margem de manobra at� o fim do ano", disse a fonte.
At� agora, a Gr�cia tem se apoiado em emiss�es de t�tulos de curto prazo para refinanciar d�vida que est� vencendo. Esses t�tulos t�m sido comprados pelos bancos do pa�s e ent�o depositados no banco Central da Gr�cia como colateral em troca de empr�stimos. Mas o BCE precisa aprovar esse tipo de ajuda emergencial para que os bancos gregos, com uma pesada defici�ncia de capital, possam continuar a comprar esses t�tulos.
Nesta quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, sugeriu que a vota��o das novas medidas de austeridade pelo Parlamento grego eram suficientes para que a institui��o aumente o volume de cr�dito emergencial para os bancos gregos; segundo ele, essa � uma das ferramentas leg�timas dispon�veis para o BCE. A institui��o tem 40 bilh�es de euros em d�vida grega que comprou em 2010 e est� sendo pressionada por alguns governos a encontrar maneiras de redirecionar quaisquer lucros obtidos com esses b�nus para Atenas, o que reduziria a d�vida grega em at� 8 bilh�es de euros.
Outras op��es incluem reduzir as taxas de juro sobre os empr�stimos j� feitos � Gr�cia por seus parceiros da zona do euro e uma prorroga��o do prazo para pagamento, o que resultaria em uma d�vida mais administr�vel. Os funcion�rios tamb�m est�o discutindo a hip�tese de permitir que a Gr�cia resgate d�vida depois de comprar b�nus mantidos por credores privados.
Um alto funcion�rio da zona do euro reconheceu que a ideia de recompra de d�vida est� sendo discutida, mas que "t�cnica e financeiramente, isso � infinitamente mais complicado do que voc� possa imaginar". A recompra exigiria dar mais recursos para que a Gr�cia comprasse os b�nus, enquanto que os benef�cios potenciais poderiam evaporar quando os pre�os dos b�nus subissem em rea��o ao plano.
Os credores da Gr�cia tamb�m t�m de concordar em dar mais dois anos para que o pa�s alcance um super�vit prim�rio, de 2014 para 2016. A prorroga��o dos prazos para as metas fiscais tamb�m est� inclu�da entre as premissas de um rascunho de acordo entre a Gr�cia e os credores multilaterais, mas ainda precisa ser aprovada pelos governos. Os dois anos adicionais e a recess�o grega, agravada pelas medidas de austeridade exigidas pelos pr�prios credores, dever�o custar a eles 30 bilh�es de euros adicionais ou mais. As informa��es s�o da Dow Jones.