O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa b�sica de juros em 7,25% ao ano e interrompeu nesta quarta-feira o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2011, quando a Selic estava em 12,50% ao ano. A institui��o tamb�m indicou que n�o deve mexer t�o cedo na taxa, que serve de refer�ncia para o custo do cr�dito e para a maioria das aplica��es financeiras, pois a economia brasileira s� agora come�a a se recuperar e a crise nos pa�ses desenvolvidos segue sem solu��o. A decis�o foi un�nime e j� era esperada pela maioria dos economistas.
A institui��o tamb�m repetiu as afirma��es feitas ao final da reuni�o anterior, em outubro, quando foi realizado o �ltimo corte de juros. Para o BC, a estabilidade dos juros "por um per�odo de tempo suficientemente prolongado � a estrat�gia mais adequada para garantir a converg�ncia da infla��o para a meta, ainda que de forma n�o linear". Ao justificar a manuten��o, a institui��o citou ainda o balan�o de riscos para a infla��o, a recupera��o da atividade dom�stica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, mesma avalia��o feita no come�o do m�s passado.
Essa foi a �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) deste ano. Agora, os diretores do BC s� voltam a se reunir nos dias 15 e 16 de janeiro. A expectativa da maior parte do mercado financeiro � de que os juros continuem no patamar atual pelo menos at� o fim de 2013.
Entre agosto do ano passado e outubro de 2012, foram realizados dez cortes seguidos nos juros, que est�o hoje no menor patamar da hist�ria recente. As taxas para consumidores e empresas tamb�m atingiram m�nimos hist�ricos. A infla��o, por outro lado, est� em 5,45% nos �ltimos 12 meses, acima do centro da meta de 4 5%. J� a atividade econ�mica s� agora come�a a se recuperar, o que deve fazer com que o crescimento nos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff registre a segunda pior m�dia da hist�ria recente, atr�s apenas do governo Collor.
As previs�es oficiais de crescimento para este ano s�o de 1,6%, pelo BC, e de 2%, pelo Minist�rio da Fazenda. Para o pr�ximo ano analistas j� come�aram a reduzir suas estimativas, cuja m�dia est� agora abaixo de 4%.
O diretor de investimentos da Lecca, Samy Balassiano, projeta um crescimento em torno de 3,5%. Para o economista, esse patamar j� deve puxar para cima a infla��o e levar o BC a subir os juros no segundo semestre. Em rela��o aos cortes j� realizados, Balassiano diz que alguns analistas ficaram assustados no come�o mas a decis�o de reduzir os juros j� em 2011 foi acertada. "A gente n�o conseguiu crescer, mesmo com juros baixos, mas n�o tivemos nenhuma disparada da infla��o."
Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que os juros est�o hoje mais pr�ximos do verificado no resto do mundo. Ele disse, no entanto, que a institui��o n�o abandonou a pol�tica monet�ria e poder� fazer ajustes nos juros, para cima ou para baixo, quando necess�rio.