Os servidores p�blicos do Pa�s realizaram mais paralisa��es em 2011 do que os trabalhadores da iniciativa privada, de acordo com balan�o de greves divulgado nesta quinta-feira pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese). No ano passado, o n�mero total de mobiliza��es no Brasil chegou a 554, alta de 24% na compara��o com 2010 (446). Foi o maior volume desde 1997, quando houve 631 greves. Os servidores responderam por 58,7% das paralisa��es no ano passado, com 325 ocorr�ncias. Al�m disso, no funcionalismo as greves tendem a durar mais - 10% delas, por exemplo, ultrapassaram 61 dias.
J� os trabalhadores da iniciativa privada cruzaram os bra�os 227 vezes no ano passado, respondendo por 41% do n�mero total - as demais paralisa��es foram feitas em conjunto por trabalhadores das duas esferas. Em 2010, os servidores fizeram 269 mobiliza��es (60,3% do total), enquanto os trabalhadores da iniciativa privada realizaram 176 (39,5%). A principal reivindica��o dos grevistas nos dois anos foi reajuste salarial.
O levantamento do Dieese mostrou que o n�mero total de grevistas subiu de 1.582.746 em 2010 para 2.050.021 em 2011. No entanto, a m�dia de trabalhadores por movimento grevista recuou de 7.294 em 2010 para 6.902 no ano passado.
Segundo o Dieese, o resultado de 2011 confirma a tend�ncia de aumento do n�mero de paralisa��es verificada a partir de 2002, ano que registrou a menor marca da primeira d�cada dos anos 2000 com 298 ocorr�ncias. Por�m, apesar desse avan�o no total de mobiliza��es, o Dieese revela que, tomados como refer�ncia, os anos de 1997 e 2011 delimitam um intervalo de 15 anos marcado por relativa estabilidade do n�mero de greves.
Os dados foram extra�dos do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG), desenvolvido e mantido pelo Dieese. As informa��es do SAG foram obtidas de not�cias veiculadas em jornais impressos ou eletr�nicos. O levantamento � feito desde 1978 e o ano recordista em greves no Pa�s foi 1989, com 1.962 ocorr�ncias.
Mudan�a
Em 2011, o maior n�mero de mobiliza��es foi verificado entre os servidores estaduais (145), seguidos por municipais (109) e federais (33). Em 2010, o predom�nio das greves de servidores estava na �rea municipal (122), vindo a seguir a estadual (87) e a federal (23).
J� na iniciativa privada a maior parte das greves ocorreu entre trabalhadores da ind�stria tanto em 2011 quanto em 2010. Os empregados da ind�stria realizaram 131 paralisa��es no ano passado e 97 em 2010. Nos servi�os, tamb�m houve um n�mero significativo de mobiliza��es - de 77 em 2010 para 91 em 2011.
O n�mero total de horas n�o trabalhadas subiu para 63.336 em 2011, alta de 41% na compara��o com as 44.910 horas de 2010. No setor p�blico, o total de horas paradas passou de 38.085 para 52.739 no per�odo, avan�o de 38,4%; no setor privado, o n�mero saltou de 6.649 para 10.269, alta de 54,4%.
De acordo com o Dieese, em rela��o ao tempo de dura��o, a maior parte das greves - 55% em 2011 - durou no m�ximo cinco dias. Na esfera privada, as paralisa��es com esse per�odo de dura��o atingiram 67%.
Sal�rios
Reajuste de sal�rio foi a principal reivindica��o das paralisa��es em 2011. Das 325 greves de servidores, 192 (59,1%) foram para pedir reajuste salarial, motiva��o seguida por plano de cargos e sal�rios ou de carreira (38,1%), condi��es de trabalho (27,4%), contrata��o (20,6%), piso salarial (19,1%), aux�lio-alimenta��o (17,2%), melhoria nos servi�os p�blicos (14 5%), altera��es na legisla��o (11,7%) e isonomia salarial (8%).
J� na iniciativa privada, das 227 greves no ano passado, 110 (48 5%) reivindicaram reajuste salarial. Em seguida, os motivos foram aux�lio-alimenta��o (41,8%), atraso de sal�rio (19,4%), participa��o nos lucros e resultados (17,6%), assist�ncia m�dica (17,2%), adicional de horas extras (14,5%), condi��es de trabalho (13,7%), piso salarial (13,7%) e redu��o de jornada (10 6%).