
“� interessante notar os ganhos de produtividade no campo, mesmo em culturas que sofreram forte retra��o”, observou Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE. Ela ressalta, contudo, que o agroneg�cio tenha um peso de apenas 5,5% no PIB, ajudando relativamente pouco para uma melhora do �ndice geral do Produto Interno Bruto (PIB). O caf� conseguiu o melhor ganho de efici�ncia, com aumento de 14,5% de produ��o e apenas 0,1% de acr�scimo de �rea plantada.
Apesar de ter deixado o PIB a salvo de queda, o setor agropecu�rio desacelerou na passagem do segundo trimestre, quando a expans�o foi de 4,6%, para o per�odo de julho a setembro, observa a Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA). O come�o da entressafra � determinante para essa perda de dinamismo, segundo a presidente da institui��o, K�tia Abreu. “No terceiro trimestre do ano, as aten��es dos produtores rurais est�o voltadas para o planejamento da safra seguinte, que est� sendo plantada”, disse, em nota distribu�da � imprensa.
Ainda no terceiro trimestre, a substantiva queda na produ��o da cana-de-a��car (-7,5%), em rela��o a mesmo per�odo de 2011, veio acompanhada de uma redu��o ainda maior da extens�o de plantio (-9,5%). Igual fen�meno se verificou nas lavouras de trigo, com tombo de 14,5% na produ��o e 11,6% na �rea plantada. Outros destaques negativos na colheita foram na laranja (-3,9%) e mandioca (-4,4%), esta �ltima mesmo com plantio 7,6% maior.
Maiores produtores de caf� no Brasil, os mineiros contabilizaram ganho, uma vez que a farta safra compensou a queda dos pre�os, estimada em 22% na compara��o com o ano passado, lembra Pierre Santos Vilela, coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria no Estado do Minas Gerais (Faemg). “O milho e o trigo tamb�m j� vinham contaminados por bons pre�os e a safra de cana no Sudeste n�o parou de crescer, o que ajudou no resultado do setor”, afirma o especialista.
Efeito da seca No caso do milho e do trigo, as cota��es foram influenciadas, respectivamente, pelas quebras de safra nos Estados Unidos e na R�ssia, por causa da seca. No sentido oposto ao dos gr�os e do caf�, a citricultura n�o conseguiu contrabalan�ar os pre�os menores este ano e a pecu�ria enfrentou redu��o das exporta��es. O cen�rio comprometeu a contribui��o que essas culturas poderiam dar ao PIB brasileiro. “Houve uma situa��o clim�tica at�pica, al�m da safra recorde do caf� e do refor�o da produ��o da cana no Sudeste”, destaca Pierre Vilela.
Item com peso decisivo no PIB do agroneg�cio, o caf� chega a responder por 27% da renda bruta da agropecu�ria em Minas. Outros produtos que se destacaram favoravelmente no terceiro trimestre foram milho, algod�o, trigo e soja. No primeiro levantamento de inten��o de plantio no Brasil, divulgado em outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu recordes na �rea cultivada e na produ��o de gr�os na safra 2012/2013. � esperado aumento entre 80,1 mil e 1,36 milh�o de hectares, representando no m�ximo 2,7% de acr�scimo, e a produ��o poder� alcan�ar de 177,68 milh�es a 182,27 milh�es de toneladas, o que significa at� 10% de incremento sobre os 165,7 milh�es de toneladas da safra passada.