O representante da companhia a�rea Gol Alberto Fajerman disse hoje (11) que foi “cruel”, mas necess�ria a dispensa dos 850 funcion�rios da extinta Webjet, devido ao setor de avia��o civil enfrentar um momento dif�cil por causa de mudan�as na economia como o aumento do d�lar e de combust�veis. Ele justificou que, quando a empresa apresentou ao Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) a fus�o da Gol com a Webjet, em 2011, a inten��o era manter esses funcion�rios e adequ�-los em avi�es mais modernos.
Ele participou de audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Sociais (CAS) para debater a fus�o das duas companhias a�reas e suas consequ�ncias. Ainda sobre o aumento dos custos da empresa, o assessor da presid�ncia da Gol reconheceu que n�o h� como crescer sem aumento de custos. Ele frisou que somente o pre�o do combust�vel representa R$ 60 do custo de uma passagem a�rea uma vez que o valor est� atrelado � varia��o do d�lar.
Fajerman reconheceu que as promo��es de bilhetes publicadas no site da Gol funciona como um chamariz para o cliente. “Quando rapidamente o n�mero dos assentos [inclu�dos na promo��o] � atingido n�s paramos [de vender]”.
A representante do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) Graziella Baggio qualificou o processo de compra da Webjet pela Gol de um “esc�ndalo”. Segundo ela, ao contr�rio do que prometeu ao Cade, a empresa reduziu o n�mero de voos e demitiu os funcion�rios da Webjet. “Isso � um esc�ndalo. Grandes empresas a�reas adquirem outras de m�dio porte com pretexto de expans�o de oferta de voos.”
Ela acrescentou que a autoriza��o do Cade para a aquisi��o, mesmo que com restri��es, representou um “cheque em branco” para a concorrente demitir os funcion�rios da Webjet e aumentar os pre�os das tarifas cobradas ao consumidor. Graziella disse ainda que o setor j� soma 6 mil demiss�es de aeronautas.
A representante do SNA ressaltou que as presid�ncias da TAM e da Gol j� anunciaram redu��es em 2013 da malha aerovi�ria em 6% e 7%, respectivamente. “� inaceit�vel como esta situa��o vem ocorrendo.”
J� o representante do Minist�rio do Trabalho e do Emprego, que tentou uma concilia��o entre as partes, Eudes Carneiro destacou que o objetivo era encontrar alguma op��o como concess�o de f�rias coletivas ou redu��o de jornada com diminui��o de sal�rios. “A tentativa de acordo n�o prosperou”, acrescentou ele.
Eudes Carneiro disse que o minist�rio v� com preocupa��o as demiss�es que ocorrem n�o s� na avia��o civil, mas tamb�m em setores como o de cal�ados e o banc�rio. “Agora, com uma poss�vel fus�o da Trip com a Azul, queremos come�ar as negocia��es antes de sua conclus�o para evitar que se repita o que aconteceu entre a Gol e a Webjet”, destacou.
O conselheiro do Cade Ricardo Machado Ruiz disse que essa compra n�o � um fato isolado no setor. “Estamos vendo isso nos �ltimos anos e estaremos vendo nos pr�ximos.”