O ano de 2012 foi o de maior mudan�a para o investidor desde o in�cio do Plano Real, em 1994. De janeiro a dezembro, a taxa b�sica de juros (Selic) da economia brasileira caiu quase quatro pontos porcentuais, para o piso hist�rico de 7,25% ao ano. N�o teve jeito: o ganho f�cil com aplica��es financeiras da �poca do juro alto ficou para tr�s. Em pouco tempo, o brasileiro teve de come�ar a se preocupar com ganho real (rendimento acima da infla��o), tributa��o incidente nos investimentos e prazo das aplica��es.
A mudan�a no cen�rio de investimento afetou at� a poupan�a, investimento mais popular do Brasil. As aplica��es feitas a partir de 3 de maio passaram a ter um rendimento de 70% da Selic. O montante aplicado antes disso mant�m a rentabilidade de 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).
Ao que tudo indica, a taxa b�sica de juros deve permanecer baixa em 2013, segundo a avalia��o de analistas, principalmente porque a economia brasileira est� demorando a reagir. E os investidores t�m duas op��es: ou aumentam o montante destinado para aplica��o ou correm mais risco para buscar uma rentabilidade maior.
“N�o d� mais para ficar na zona de conforto”, afirma Sinara Polycarpo, superintendente de investimento do Banco Santander. “O investidor tem de estudar e pesquisar mais. � preciso assumir esse protagonismo com os investimentos. O dinheiro � dele e � muito esfor�o guardar uma quantia por m�s.” Os prazos tamb�m ter�o de ser alongados para aumentar a rentabilidade.
Mercado
Essa mudan�a no perfil dos investimentos n�o significa que o brasileiro j� reviu suas posi��es. A poupan�a continua com a capta��o em alta - em novembro, o saldo era de R$ 484,9 bilh�es, segundo o Banco Central. Na ind�stria de fundos, boa parte dos recursos ainda est� aplicada na renda fixa e no DI, aplica��es mais influenciadas pela redu��o dos juros b�sicos.
A despeito do conservadorismo brasileiro com as aplica��es, o mercado financeiro tem se movimentado. O jornal O Estado de S. Paulo consultou especialistas sobre os novos investimentos que devem se popularizar no mercado. Entre as apostas est�o as aplica��es isentas de imposto de renda, como a Letra de Cr�dito Imobili�rio, os fundos imobili�rios e as deb�ntures.
A retomada da Bolsa de Valores em dezembro tamb�m faz com que a aplica��o volte a ganhar espa�o na recomenda��o dos gestores. “O pr�ximo boom no Brasil deve ser no mercado de investimentos. Pouca gente compra produtos financeiros. Estamos falando em aproximadamente 40 milh�es de pessoas que t�m algum produto financeiro, o que � muito pouco para uma popula��o de 200 milh�es”, afirma Rossano Oltramari, analista chefe da XP Investimentos.
Diversifica��o
O que ainda vale � a orienta��o para que o investidor diversifique as aplica��es e n�o aposte em somente um ativo. “O investidor n�o deve colocar todos os seus ovos na mesma cesta. Quando ele quer correr algum risco e dependendo do perfil, por exemplo, pode deixar 70% do dinheiro em investimentos conservadores, 20% em produtos moderados e 10% em alguns produtos de risco”, afirma Marcos Dar�, diretor da �rea de investimentos do Bradesco.