Para o advogado Thiago Hoshino, integrante do Comit� Popular de Curitiba, a Copa do Mundo pode ser encarada como uma oportunidade para discutir o modelo desenvolvimento urbano adotado no pa�s. "Nenhum dos comit�s da Copa do Mundo est� falando, na verdade, de esporte. Estamos falando de cidade. Os grandes eventos s�o s� uma pequena face, mas que aceleram muito esse processo de desenvolvimentismo [j� que] se legitima qualquer coisa em nome do evento", avalia.
Ele avalia que a press�o dos movimentos populares, somada � carta da relatoria especial da ONU, levaram � altera��o do tra�ado da obra. "Estamos aguardando a publica��o do novo projeto, mas o que se sabe � que n�o haveria praticamente nenhuma remo��o", destaca.
De acordo com o diretor t�cnico da Coordena��o da Regi�o Metropolitana de Curitiba (Comec), Sandro Setim, o �ltimo balan�o do �rg�o, enviado em 18 de dezembro ao governo federal, retirou o corredor metropolitano da responsabilidade municipal de obras para a Copa. Isso se deve ao fato de a obra n�o ficar pronta at� mar�o de 2014, conforme previs�o do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). "O nosso esfor�o ser� para que ela [a obra] sirva para a Copa tamb�m, mas n�o deve ser terminada nesse prazo", explicou.
O diretor avalia, no entanto, que o atraso n�o est� diretamente relacionado � press�o feita por organiza��es populares. "J� era decis�o t�cnica e de governo gerar o menor impacto poss�vel nas fam�lias. A press�o s� veio ratificar esse procedimento t�cnico", declarou. Ele explicou que o tra�ado original da obra era gen�rico e, por isso, previa um n�mero de remo��es superior. "Quando o tra�ado foi desenvolvido pelo cons�rcio respons�vel, buscou-se um desenho melhor [e permitir a execu��o] da obra", esclareceu.
Setim informou que ainda n�o h� um n�mero definido de pessoas a serem removidas nessa obra, porque o projeto ainda est� em fase de conclus�o. "O n�mero de unidades atingidas n�o deve ocupar os dedos da m�os, mas n�o d� para precisar agora porque a informa��o s� � oficial quando da aprova��o do projeto. � certo que o n�mero � �nfimo", destacou.
O representante do comit� popular curitibano cita ainda as obras de amplia��o do Aeroporto Internacional Afonso Pena como poss�vel gerador de remo��es. "Existia desde o final da d�cada de 1980 um projeto de expans�o do aeroporto, mas de l� pra c� nunca houve um controle e um planejamento do uso do solo na regi�o e v�rias comunidades apareceram", relembra. Segundo o advogado, estima-se que cerca de 500 fam�lias sofreriam as conseq��ncias da execu��o dessa obra.
De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero), a constru��o de uma terceira pista no aeroporto curitibano nunca esteve prevista como a��o para a Copa do Mundo de 2014. A assessoria de imprensa do �rg�o destacou que a infraestrutura atual, que conta com duas pistas, atende "perfeitamente" a demanda do evento.
Ainda segundo a empresa, as interven��es no Afonso Pena referentes � Copa, que s�o a amplia��o do terminal de passageiros, a amplia��o do p�tio e a restaura��o da pista, n�o t�m necessidade de desapropria��es. A constru��o da nova pista, por sua vez, est� em processo de elabora��o de projeto e ainda n�o h� defini��o sobre poss�veis deslocamentos de comunidades.