Apesar de ter crescido apenas 0,1% de dezembro para janeiro, o �ndice de Confian�a na Ind�stria (ICI), divulgado nesta ter�a-feira pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), sinaliza que o crescimento no primeiro trimestre do ano ficar� no terreno positivo. "O desenho que a sondagem est� apontando � de um retorno ao terreno positivo, com o NUCI (N�vel de Utiliza��o da Capacidade Instalada) avan�ando e com a confian�a em acomoda��o nesse m�s", disse o superintendente adjunto de Ciclos Econ�micos do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, Alo�sio Campelo.
Segundo Campelo, depois de cinco trimestres consecutivos de queda na produ��o f�sica da ind�stria de transforma��o, o terceiro trimestre de 2012 trouxe alguma melhora, mas o quarto trimestre do ano passado deve ficar com crescimento pr�ximo a 0%. "Pelo que a sondagem sinaliza, voltar�amos ao terreno positivo no primeiro trimestre de 2013. Pode ser um sinal de que a ind�stria voltou a crescer e o quarto trimestre foi s� um susto mesmo", disse o economista.
"N�o voltamos � situa��o que vigorou entre o primeiro trimestre de 2011 e o segundo de 2012. A ind�stria ao menos est� dando continuidade a essa tend�ncia de crescimento", comentou Campelo. Para ele, o que ainda causa desconforto s�o as incertezas quanto � retomada do ritmo de crescimento.
De acordo com o economista, o resultado de janeiro foi "muito equilibrado", puxado para baixo pelo segmento de bens dur�veis, mas compensado pela alta de outros setores. No total, sete setores registraram alta no ICI de janeiro e outros sete tiveram queda. O setor de bens dur�veis registrou desacelera��o, justificada, segundo Campelo, pela retirada gradual do benef�cio de redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e tamb�m pelo n�vel de endividamento dos consumidores. "O segmento de dur�veis vem mais brando, calibrando para baixo." A confian�a no setor recuou 1% de dezembro para janeiro e acumula queda de 12% nos �ltimos tr�s meses.
Estoques e emprego
O Indicador da Situa��o Atual (ISA), que faz parte do ICI, subiu 0,3% em janeiro, para o patamar de 106,8 pontos, superior � m�dia hist�rica. De acordo com Campelo, o resultado est� relacionado aos estoques, que est�o ajustados, e com a demanda. Para 86,3% das empresas, o estoque est� normal. O restante se divide entre os 6,3% que est�o com estoques insuficientes e os 7 4% que t�m excesso de estoques.
"Al�m dos estoques estarem normais, a demanda interna continua avan�ando um pouquinho, apesar de n�o ser um n�vel muito forte historicamente", disse. O n�vel de demanda interna medido pela sondagem da ind�stria realizada pela FGV alcan�ou 108,6 pontos em janeiro ante 106,4 pontos em dezembro, se aproximando da media hist�rica dos �ltimos cinco anos (109,8 pontos).
Apesar da sinaliza��o positiva, n�o h� ind�cios de que a ind�stria de transforma��o v� voltar a contratar. Com crescimento na margem, passando de 109,0 pontos em dezembro para 110,5 pontos em janeiro, o indicador de emprego previsto, segundo Campelo, "est� andando de lado". O resultado de janeiro � pr�ximo da m�dia registrada no terceiro trimestre de 2012, de 110,7 pontos. "Parece haver alguma confirma��o do que se especulava no ano passado de que estava havendo a chamada reten��o de emprego na ind�stria." Segundo Campelo, se a ind�stria confirmar o crescimento esperado, contrata��es v�o acontecer na virada do primeiro para o segundo semestre do ano.