
O reajuste dos pre�os dos combust�veis atropelou o cen�rio otimista que a ind�stria mineira tra�ou para a recupera��o da economia neste come�o de ano e vem mantendo, a despeito das previs�es pessimistas dos analistas de mercado para a expans�o do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s em 2013. A libera��o do aumento da gasolina, que a Petrobras j� vinha reivindicando, ter� impactos sobre o frete das mercadorias, o custo da produ��o industrial e, por consequ�ncia, sobre a competi��o entre as empresas. Com isso, a infla��o se transforma em novo foco de preocupa��o, reconheceu ontem o gerente de Economia da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Veloso Le�o.
“A infla��o passa a ser um risco que a ind�stria ter� de monitorar. Qualquer aumento de custos � problema, principalmente para um setor que vive concorr�ncia acirrada”, afirma. Ainda � muito cedo, na avalia��o de Guilherme Le�o, para qualquer suposi��o de como vai ficar a conta final das f�bricas, tendo em vista que a redu��o da tarifa de energia anunciada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff poder� contrabalan�ar a eleva��o de despesas proveniente dos combust�veis mais caros.
A corre��o liberada � Petrobras provavelmente teria pesado contra a vis�o positiva da ind�stria captada por dois indicadores que a Fiemg divulgou ontem. O �ndice de Confian�a do Empres�rio Industrial (ICEI) atingiu 54,1 pontos em janeiro, apresentando uma pequena redu��o frente aos 54,4 pontos registrados em dezembro, embora persista a marca de otimismo caracterizada por resultados acima dos 50 pontos. A institui��o ouviu 178 empresas de pequeno, m�dio e grande porte entre os dias 7 e 17 deste m�s. As pequenas empresas s�o as mais otimistas, com 55,1 pontos. O indicador considera otimistas leituras acima dos 50 pontos.
O outro levantamento de dados da atividade no estado, a Sondagem Industrial, feita em sintonia com a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), mostrou aumento nas expectativas favor�veis para os pr�ximos seis meses em rela��o � demanda de produtos da ind�stria mineira, indicador que chegou a 54,9 pontos. Id�ntico rumo tomou a avalia��o sobre a compra de mat�rias-primas, sinal de aquecimento da produ��o, com 53,3 pontos. A esperan�a quanto ao n�vel do quadro de empregados melhorou, da mesma forma, ao sair de 48,5 pontos em dezembro para a marca otimista de 50,9 pontos. A amostra da pesquisa foi feita com informa��es de 145 empresas, coletadas de 7 a 17 deste m�s.
As avalia��es dos industriais mineiros diferem um pouco do resultado nacional, mas sem grandes altera��es. A CNI havia divulgado que o �ndice de confian�a recuou 0,7 ponto entre dezembro e janeiro, alcan�ando 56,7 pontos neste m�s. Foi a segunda queda nas expectativas, interrompendo a tend�ncia de crescimento desenhada meses atr�s. O lado bom do cen�rio � que em Minas os industriais esperam um cen�rio mais favor�vel que o de 2012.
Segundo Guilherme Veloso Le�o, h� um otimismo com as medidas de desonera��o de v�rios setores da ind�stria, assim como com a manuten��o das taxas de juros e a redu��o das tarifas de energia nas f�bricas. A confian�a segue apostando no pacote de concess�es anunciado pelo governo na �rea de infraestrutura de ferrovias, estradas e portos. “S�o instrumentos que viabilizam a volta dos investimentos e a pr�pria ind�stria ter� de investir para participar das licita��es para constru��o de infraestrutura”, afirma o gerente de Economia da Fiemg.
Destaques
Apesar dos indicadores de produ��o ruins que a ind�stria brasileira apresentou no ano passado, segmentos como o automotivo e as f�bricas de alimentos tiveram bom desempenho, estimulado pelos benef�cios da redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no primeiro caso, e a recente eleva��o da renda do brasileiro, associada � expans�o da oferta de cr�dito �s classes de menor poder aquisitivo. Esses segmentos est�o agora no comando da esperada recupera��o da ind�stria em Minas.
A rigor, a sondagem mineira feita em dezembro, segundo Guilherme Veloso, da Fiemg, antecipa o fechamento de um 2012 fraco para o setor e que vinha indicando queda da atividade. Surpreedente foi o tamanho do recuo. Depois de dois meses acima dos 50 pontos, o indicador da produ��o industrial mineira teve retra��o expressiva em dezembro, passando de 50 para 39,7 pontos. O emprego industrial diminuiu no per�odo analisado, estacionando em 45,7 pontos no m�s passado, ante 50 pontos em novembro.