Os varejistas de vestu�rio mostraram contrariedade aos pedidos da ind�stria brasileira para que o governo federal inicie um processo de ado��o de salvaguardas para o setor, enquanto apoiam medidas de desonera��o tribut�ria. De acordo com a Associa��o Brasileira do Varejo T�xtil (ABVTEX), a a��o coordenada pela Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil e de Confec��o (Abit) � "injustificada".
Em agosto do ano passado, a Abit encaminhou um pedido de investiga��o de salvaguarda para 60 itens do setor de vestu�rio, alegando que est� ocorrendo um movimento maior de importa��es de roupas no Pa�s. Est�o na lista camisas, cal�as, vestidos, saias, roupa infantil, moda praia, roupa �ntima, entre outros. O presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, disse, em entrevista duas semanas atr�s, que o governo pediu uma atualiza��o desse estudo, que abrange 82% das importa��es vindas da China. Por�m, a investiga��o s� come�a se o Minist�rio do Desenvolvimento entender que h� ind�cios suficientes de que o volume de importa��es est� provocando dano � ind�stria dom�stica.
Para a ABVTEX, a ado��o de medidas para barrar as importa��es pode causar um problema para o varejo, diante "das dificuldades da ind�stria brasileira em atender integralmente o aumento de consumo e as necessidades do varejo, que busca satisfazer um consumidor cada vez mais exigente quanto � qualidade, ao pre�o e ao mesmo tempo em sintonia com as grandes tend�ncias internacionais de moda".
"Um mercado fechado �s importa��es gera acomoda��o dos empres�rios frente � falta de concorr�ncia internacional e diminui o investimento, aumentando a inefici�ncia nas ind�strias diminuindo a escala produtiva e ampliando o custo do produto nacional", afirma a dire��o da ABVTEX, em nota � imprensa.
Em 2012, o gasto de brasileiros no exterior fechou em US$ 22,2 bilh�es, segundo o Banco Central. "Grande parte desses recursos, como ocorre tradicionalmente, foi utilizada na compra de artigos de vestu�rio, que apresentam bons pre�os e qualidade muitas vezes superior � encontrada no Brasil", segundo os representantes do varejo.
"A ABVTEX espera que o momento pelo qual a ind�stria t�xtil e de vestu�rio brasileira passam, com perspectivas de crescimento de 2% em pe�as e de 5% em valores para 2013, seja complementado por um pacote de medidas que favore�am ainda mais a produ��o nacional, envolvendo toda a cadeia, da mat�ria-prima ao consumidor final".
Impostos
Apesar de se mostrarem insatisfeitos com a press�o da ind�stria para o governo controlar o fluxo de artigos importados, especialmente da �sia, os varejistas avaliam como oportuno os pedidos para desonerar a ind�stria. Na �ltima quinta-feira (31), o presidente da Abit esteve com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para discutir um regime diferenciado para o setor.
A carga tribut�ria m�dia do setor em impostos federais � de 18% sobre a receita bruta. Se a taxa ficasse entre 5% e 10%, de acordo com a ind�stria, o setor poderia crescer 69% at� 2025 - o que resultaria em 33% de aumento nas vagas de trabalho em confec��es no per�odo (gera��o de 300 mil empregos), conforme estudo realizado pela Abit, divulgado 21 de janeiro.
"A desonera��o tribut�ria proporcionaria grandes chances de consolida��o de empresas e crescimento produtivo da ind�stria, que poderia investir na moderniza��o do parque fabril e na qualidade final dos produtos", avalia a ABVTEX.