O crescimento brasileiro em 2012 decepcionou. Apesar de todos os est�mulos dados pelo governo, os investimentos encolheram e a ind�stria se afogou em recess�o. Os dados do Produto Interno Bruto (PIB), que ser�o apresentados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), v�o frustrar a equipe econ�mica e, ao mesmo tempo, acenderam um alerta no Pal�cio do Planalto: Dilma Rousseff pode perder popularidade por n�o conseguir apresentar taxas de expans�o a contento e controlar a infla��o. A popularidade da petista est� sustentada pelo mercado de trabalho, que, apesar de estar aquecido, d� sinais de arrefecimento.
Na m�dia, as apostas dos participantes do mercado s�o de que o PIB de 2012 tenha ficado em 0,95%. Com esse desempenho e os 2,7% de 2011, a m�dia anual de crescimento nos dois primeiros anos do governo Dilma ficou em 1,82% – o pior para o per�odo desde a gest�o de Fernando Collor de Mello, cuja m�dia dos dois primeiros anos de mandato (1990 e 1991) ficou negativa em 1,66%. “Tudo isso coloca em risco o cen�rio eleitoral para 2014. Infla��o alta e crescimento baixo t�m um custo pol�tico elevado”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB Brasil.
O mercado e o governo tentam ainda entender como uma combina��o de juros no menor n�vel da hist�ria (7,25% ao ano), bilh�es de reais em desonera��es e est�mulos ao setor produtivo, quase pleno emprego e uma taxa de c�mbio mais competitiva � ind�stria e aos exportadores n�o conseguiram engrenar a recupera��o da atividade. Para os economistas, o diagn�stico do Banco Central, explicitado na ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), � o mais correto: o problema est� na oferta e n�o na demanda. Desde ent�o, o governo vem tentado estimular investimentos no pa�s. Para isso, anunciou desonera��es � importa��o de m�quinas e equipamentos industriais, concess�es de portos, ferrovias, rodovias e aeroportos � iniciativa privada e prometeu turbinar o Programa de Acelera��o de Crescimento (PAC). Nada, por�m, ainda deu resultado.
Infla��o
Para Alex Agostini, economista-chefe da gestora de risco Austin Rating, a expectativa � de que, em 2013, os investimentos produtivos imprimam um ritmo mais forte � economia. “Eles podem subir para 21% do PIB, uma boa melhora, mas ainda abaixo dos 25% que a presidente Dilma tinha prometido”, explicou. Mauro Schneider, economista-chefe da CGD Securities, destacou que o Brasil tem crescido a duas velocidades. De um lado, o consumo das fam�lias segue robusto; de outro, o setor produtivo permanece estagnado. “Isso aumenta a disparidade entre a oferta e a demanda e gera infla��o”, ressaltou.
Diante do quadro de crescimento incerto no Brasil em 2013 – as apostas est�o entre 2% e 3% –, muitos avaliam que o governo vai tolerar mais infla��o e evitar elevar os juros b�sicos (Selic) o quanto for poss�vel, mesmo com a amea�a do Banco Central. As proje��es s�o de que, at� julho, a carestia acumulada em 12 meses estoure o limite de toler�ncia definido pelo governo, de 6,5%, e obrigue a autoridade monet�ria a subir juros.