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Estado de Minas

Banco Central tem aval para aumentar juros

Presidente d� carta branca para autoridade monet�ria elevar a Selic em at� um ponto percentual caso infla��o suba. Copom inicia reuni�o e mercado aposta em estabilidade


postado em 05/03/2013 06:00 / atualizado em 05/03/2013 08:14

Diretores do Banco Central se reúnem para decidir amanhã a taxa básica da economia, hoje em 7,25% ao ano(foto: Elza Fiuza/ABR - 18/1/11)
Diretores do Banco Central se re�nem para decidir amanh� a taxa b�sica da economia, hoje em 7,25% ao ano (foto: Elza Fiuza/ABR - 18/1/11)

Bras�lia
–A presidente Dilma Rousseff teria dado carta branca ao Banco Central para elevar os juros b�sicos (Selic) caso a infla��o piore ainda mais. Integrantes do governo est�o preocupados com o desgaste pol�tico que pode ser causado por uma alta ainda mais intensa do custo de vida. Para meados do ano, a previs�o � de que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses estoure o teto da meta de infla��o, de 6,5%. A ideia seria promover um ciclo de ajuste curto, com duas eleva��es de 0,5 ponto percentual, para conter essa disparada e as expectativas do mercado.


Com a campanha presidencial para 2014 na rua, caso seja necess�rio elevar os juros, a ordem � agilidade no processo para evitar que a oposi��o transforme o assunto em muni��o contra a presidente Dilma. Uma ala do governo, no entanto, resiste ainda � ideia de uma alta na Selic por medo de que um aperto monet�rio enterre a fr�gil retomada da economia. Os que s�o favor�veis a juros maiores alegam que o problema do Brasil n�o est� no consumo, mas na oferta, e que, no caso de uma eleva��o da taxa b�sica, o Minist�rio da Fazenda poderia dar est�mulos a investimentos reduzindo o custo de financiamento de novos projetos.

A gestora de risco Austin Rating avalia que apesar da fraca retomada da economia, a infla��o voltou a pesar mais do que o crescimento para o Banco Central. Na avalia��o de Felipe Queiroz, economista da empresa, a Selic fica est�vel apenas at� meados de 2013. “O Copom segue pautado pela din�mica inflacion�ria, que permanece acima do centro da meta de forma persistente”, afirmou. O banco ABC Brasil faz avalia��o semelhante. “Aumentaram as chances de que os ajustes nos juros, que esper�vamos apenas para 2014, ocorram ainda em 2013, preferencialmente ao longo do segundo semestre”, argumentou Lu�s Ot�vio de Souza Leal, economista-chefe da institui��o. “Os pr�ximos dados de infla��o ser�o determinantes para isso, assim como a comunica��o do BC atrav�s dos seus documentos oficiais”, disse.

Para Tharc�sio Souza Santos, diretor do MBA da Funda��o Armando �lvares Penteado (Faap), o governo n�o vai alterar a Selic na reuni�o desta semana, mas na pr�xima ser� obrigado a faz�-lo. “N�o vejo possibilidade de n�o haver mudan�a. A infla��o est� solta e a Selic n�o � feita para funcionar como animadora da economia e sim para controlar a alta dos pre�os. No nosso sistema de metas, se a infla��o for de 6%, teremos que mexer na Selic (aumentar)”, defende. Na avalia��o dele, a resist�ncia do governo a voltar a subir a taxa de juros tem a ver com o Produto Interno Bruto (PIB) muito baixo apurado em 2012.

Para S�rgio Vale, economista-chefe da MB Associados, a expectativa � de manuten��o da Selic em 7,25% na pr�xima reuni�o, mas com alguma indica��o de aumento da taxa vindo na ata e no relat�rio de infla��o. “Mantemos o cen�rio de crescimento baixo este ano em 3% e infla��o em 6%. O governo n�o vai querer mexer muito em juros porque os dados de atividade ainda est�o fracos e a sinaliza��o de fevereiro nos parece indicar que o ano come�ou um pouco de lado novamente”. Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Neg�cios, afirma que o governo est� aceitando uma infla��o mais alta, desde que ela n�o supere o teto da meta. “At� o fim do ano os juros poder�o ser mantidos. O baixo crescimento do PIB ajuda a manter a taxa”.



Ceticismo

O mercado, at� o momento, continua c�tico em rela��o a uma poss�vel eleva��o da Selic em 2013. Segundo dados do boletim semanal Focus, no qual o BC re�ne as previs�es de cerca de 100 analistas, a taxa fica inalterada at� o fim do ano, e no decorrer de 2014, subiria para 8,25% ao ano. “Nada comporta essa pol�tica monet�ria. O cen�rio de infla��o exige ajuste. O problema � saber o que o BC vai fazer”, criticou Fl�vio Serrano, economista do Esp�rito Santo Investment Bank. Na avalia��o de Andr� Perfeito, economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, a autoridade monet�ria pode at� subir os juros, mas desde que o governo crie medidas alternativas para o financiamento e est�mulo de investimentos.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil, acredita, entretanto, que o BC deve se manter fiel ao que tem escrito nas �ltimas atas das reuni�es do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) e continuar com os juros baixos por “um per�odo de tempo suficientemente prolongado”. “Al�m disso, a nova decep��o com o crescimento econ�mico no �ltimo trimestre do ano passado, que resultou em um crescimento acumulado de apenas 0,9% em 2012, deve fazer com que o governo mantenha a pol�tica econ�mica voltada para o crescimento”, observou.

No boletim Focus, os especialistas seguem reduzindo as previs�es para o Produto Interno Bruto (PIB) e elevando as de infla��o. No desta semana, a previs�o de crescimento para 2013 caiu de 3,10% para 3,09%; a de carestia passou de 5,69% para 5,70%. Para Andr� Perfeito, no caso das proje��es de crescimento, o mercado est� extremamente otimista. “Para crescer 3,10% ter�amos de avan�ar, na m�dia, ao longo do ano, 1% ao trimestre. � uma hip�tese irrealista. Nem no per�odo de maior vigor econ�mico crescemos assim”, alertou. “Minha previs�o � de que o Brasil vai crescer 2,08% neste ano”, calculou.

Custo de vida

O �ndice de Pre�os ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pela Funda��o Get�lio Vargas (FGV), avan�ou em quatro das sete capitais analisadas na quarta quadrissemana de fevereiro. O indicador geral passou de 0,26% na terceira pr�via do m�s para 0,33% na leitura do fechamento de fevereiro. Em Belo Horizonte a taxa recuou de 0,12% para 0,05%. A capital mineira foi uma das tr�s que tiveram queda no IPC-S. A taxa tamb�m caiu em Salvador e Bras�lia. Registraram acr�scimo nas taxas de varia��o as cidades de S�o Paulo (de 0,13% na terceira quadrissemana do m�s para 0,21% na quarta), Porto Alegre (de 0,40% para 0,56%), Rio de Janeiro (de -0,04 para 0,08%) e Recife (de 0,54% para 0,64%). 


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