Em uma loja do Carrefour da zona norte de S�o Paulo, um comunicado no corredor de sucos dizia que a aus�ncia do produto nas prateleiras devia-se � Resolu��o nº 1.005, da Anvisa. A resolu��o, publicada no Di�rio Oficial da Uni�o de segunda-feira, na verdade, suspende apenas os produtos Ades com lotes iniciados com as letras “AG” - fabricados em 1 das 11 linhas de produ��o do suco na planta de Pouso Alegre (MG) da Unilever, respons�vel pela marca.
De acordo com a assessoria de imprensa da Unilever, houve uma confus�o a partir do momento em que a Anvisa divulgou a lista com as 32 variedades do Ades, cujos lotes iniciados por “AG” deveriam ser suspensos. G�es criticou o fato de a Unilever n�o ter divulgado amplamente, a princ�pio, qual era a subst�ncia que havia contaminado parte dos sucos. “Em uma an�lise inicial, o comunicado da empresa poderia ter sido mais enf�tico no que toca aos riscos. Ele diz apenas ‘solu��o de limpeza’. Poderia ter informado que era soda c�ustica”, disse.
Na segunda-feira, o atendimento telef�nico do Servi�o de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Unilever ficou congestionado durante boa parte do dia, e o site da multinacional n�o trazia informa��es sobre a contamina��o. At� o fim da semana, dever� ser divulgado o laudo t�cnico da inspe��o da f�brica realizada por fiscais das vigil�ncias sanit�rias de Minas Gerais (estadual) e de Pouso Alegre (municipal). Os fiscais, no entanto entendem que a decis�o final deve ficar a cargo da Anvisa, j� que o produto tem distribui��o nacional.
Contamina��o
Por enquanto, a Unilever reconhece oficialmente 14 casos de pessoas que tiveram problemas ap�s consumirem sucos do lote comprovadamente contaminado. Segundo a empresa, elas j� passaram por atendimento m�dico e n�o precisaram de interna��o.
Na �ltima segunda-feira, por�m, um casal denunciou � pol�cia que o filho de 7 anos sofreu les�es na boca ap�s tomar suco de uva Ades em Jo�o Pessoa, Para�ba. O caso foi registrado na Delegacia Distrital de Mangabeira.
O produto foi comprado em Cabedelo, regi�o metropolitana da capital. Segundo o delegado N�lio Carneiro, a crian�a foi encaminhada para exame no Instituto de Pol�cia Cient�fica de Jo�o Pessoa. Em Ribeir�o Preto, a Pol�cia Civil apura um caso de les�o corporal contra um adolescente de 17 anos que diz ter queimado a boca ao consumir o suco Ades. O caso foi registrado h� 12 dias, mas somente agora foi divulgado. Os advogados da fam�lia do garoto alegam que ele n�o chegou a engolir o produto. Mesmo assim, teve v�rios ferimentos no interior da boca.
Ap�s o contato com o suco, o estudante come�ou a sentir a boca arder e a mucosa passou a sangrar. Isso ocorreu na noite de 7 de mar�o, antes do recall anunciado no dia 14 pela Unilever. O suco era o de ma�� de 1,5 litro, mas n�o foi informado se fazia parte do mesmo lote do recall. Segundo a fam�lia, o l�quido era transparente, n�o tinha cheiro e chegou a corroer o fundo de uma panela de alum�nio durante um teste. Amostras do suco foram recolhidas pelo Instituto de Criminal�stica.