N�vel de endividamento do belo-horizontino � o menor desde 2008

O chamado n�vel de endividamento do belo-horizontino, que leva em conta tanto o d�bito em atraso quanto o compromisso financeiro parcelado, mas em dia, fechou mar�o de 2013 com o menor percentual (51%) desde agosto de 2008 (45,1%). Em fevereiro �ltimo, o indicador havia sido de 74%. Em mar�o de 2012, de 72,9%. A redu��o expressiva permite pelo menos duas boas leituras: os consumidores t�m maior folga no or�amento para continuar movimentando os setores produtivos, por�m est�o mais conscientes e evitando compras a prazo.

Os dados, divulgados ontem pela Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG), beneficiam sobretudo os empres�rios do com�rcio e servi�os da capital, pois ambos os setores respondem por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade. A pesquisa ouviu 400 pessoas e revelou ainda que o �ndice de inadimpl�ncia – d�vidas com mais de 90 dias em atraso – subiu de 4,5% para 4,8% de fevereiro para mar�o de 2013.

O percentual de pessoas com contas com qualquer n�mero de dias em atraso passou, em igual per�odo, de 13,8% para 18,9%. Esses dois aumentos, no entanto, n�o tiram o brilho observado na diminui��o do n�vel de endividamento. Isso porque a inadimpl�ncia e os atrasos apurados no estudo referente a mar�o, geralmente, ocorreram em raz�o das compras feitas no Natal, quando o volume de compras bate recordes no ano.

“Essa inadimpl�ncia j� era esperada, pois se refere, principalmente, ao Natal. � o reflexo de que o pessoal se endividou e n�o conseguiu pagar o compromisso em mar�o. E, apesar do aumento da inadimpl�ncia, foi um crescimento baixo. Diante disso, estamos otimistas, pois n�o vai comprometer as vendas, justamente porque caiu o n�vel de endividamento”, avaliou Gabriel de Andrade Ivo, economista da Fecom�rcio, enfatizando que a boa not�cia ocorre a poucas semanas da segunda melhor data para o varejo, o Dia das M�es – a primeira � o Natal.

O cozinheiro Paulo Adelino de Souza, de 65 anos, � um dos consumidores que prezam pelo nome limpo. “Sou um consumidor muito controlado. Evito comprar a prazo e n�o gasto meu suado dinheiro por compuls�o. Tenho cart�o de cr�dito, mas tenho a consci�ncia de que (a moeda de pl�stico) n�o � sin�nimo de dinheiro em conta”, ressaltou.

O n�vel de endividamento poderia ter um percentual abaixo de 51% se o belo-horizontino tivesse maior educa��o financeira. A pesquisa da Fecom�rcio apurou que 78,9% dos consumidores com conta em atraso alegaram descontrole e falta de planejamento para n�o pagar o d�bito em dia.

T�tulos protestados

Outra pesquisa divulgada ontem e a qual o Estado de Minas teve acesso com exclusividade mostra que o percentual de t�tulos protestados na Regi�o Sudeste do pa�s caiu 4,6% no confronto entre o primeiro bimestre e igual per�odo de 2012. Em Minas, por�m, houve aumento de 9,6%. O estudo, divulgado pela Boa Vista Servi�os, administradora do Servi�o Central de Prote��o ao Cr�dito (SCPC), n�o leva em conta a quantidade de cheques devolvidos.

Por que Minas caminhou em dire��o contr�ria? “Essa � a pergunta que queremos responder”, disse Fl�vio Calife, economista da Boa Vista Servi�os, destacando que os n�meros desse indicador s�o vol�teis. Para ele, por�m, a tend�ncia � de queda nos pr�ximos meses. O percentual de 9,6% leva em conta tanto os t�tulos protestados contra pessoas jur�dicas quanto de pessoas f�sicas.