
No ano em que a infla��o imp�e rigorosas d�vidas quanto aos rumos do �ndice, o drag�o senta � mesa de almo�o e desafia o governo federal a tir�-lo de l�. Incentivado por problemas clim�ticos, ele v� os custos de importantes produtos hortigranjeiros dispararem em ritmo acelerado. O vil�o-mor � o tomate, cujo pre�o variou 17,2% na compara��o entre fevereiro e mar�o e 139,18% no acumulado de 12 meses, representando principal peso para a cesta b�sica do belo-horizontino, que, no m�s passado, variou 3,35% no varejo, segundo informou ontem o Departamento Intersidical de Estudos e Estat�sticas Socioeconomicas (Dieese). No atacado, o pre�o do tomate subiu 26,4% em um m�s. Mas ele n�o est� sozinho. Na lista de vil�es do custo de vida entram vagem, beterraba e cebola, que, respectivamente, subiram 55,7%, 49,7% e 26% em apenas um m�s no atacado, segundo n�meros da Ceasa Minas.
Nos �ltimos meses, o entreposto de Contagem tem abastecido de forma cont�nua o varejo de outros estados (S�o Paulo, Distrito Federal e Bahia) para suprir as perdas com os danos causados pela chuva. Com isso, o volume ofertado pelos produtores mineiros t�m sido insuficiente para abastecer as mesas do estado, o que for�a a eleva��o de pre�os. No m�s passado, o tomate, por exemplo, teve queda de 15% da oferta na compara��o com o mesmo m�s do ano passado. Com isso, o produto ganhou “fama” at� mesmo nas redes sociais, onde � comparado a itens de luxo e visto como moeda de troca para compra de carros e joias.
“O per�odo � cr�tico para esse tipo de hortali�a. O clima tem contribu�do bastante”, afirma o coordenador do Setor de Informa��o de Mercado da Ceasa Minas, Ricardo Martins. Devido ao movimento, o pre�o dos hortigranjeiros na unidade de Contagem est� 40,8% acima do valor de comercializa��o em mar�o de 2012. E o pior: “S�o produtos importantes e muito consumidos. O barulho feito � maior”, reitera Martins. A expectativa dele � de que a partir do m�s que vem os pre�os iniciem trajet�ria de queda, com in�cio da estiagem.
As fortes varia��es fazem com que consumidores se assustem ao ir �s compras. No Mercado Central, produtos que comp�em a saladinha de todo dia passam a valer o mesmo que carnes nobres, confirmando as altas registradas no atacado. O quilo do alho � achado por R$ 19,90, assim como o dos piment�es amarelo e vermelho. O quilo da vagem custa R$ 16,90, enquanto o do tomate caqui, R$ 14. A solu��o � “rebolar” para conseguir substituir. “Est� um horror. Tem que tentar trocar. Com fam�lia grande, n�o d� para aguentar. O problema � de quem � vegetariano ou tem colesterol alto, como eu”, relata a aposentada Geralda Carvalho, cautelosa sobre quantos tomates levar.
Infla��o
O item teve a principal varia��o no m�s passado entre os 13 produtos da cesta b�sica, o que contribuiu para que BH tivesse a quarta maior alta entre as 18 capitais pesquisadas, com aumento de 3,35% em mar�o e de 24,16% em 12 meses. O crescimento desses itens vai pesar no �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve ser divulgado amanh�.
No varejo, a consequ�ncia tem sido preju�zos e queda nas vendas. Com as chuvas, os produtos t�m vindo com qualidade ruim e parte das caixas adquiridas no atacado s�o descartadas de imediato. “As vendas de alguns produtos diminu�ram 40% nos �ltimos dois meses. As pessoas olham e deixam de levar”, afirma a supervisora da loja Legumes Adriano, do Mercado Central, Rosilane Martins. A estrat�gia encontrada por ela para atrair a freguesia � em vez de apresentar o pre�o do quilo se restringir ao valor de bandejas de 250 gramas, como no caso das bandejas de vagem.