O faturamento do setor industrial caiu em fevereiro deste ano, repetindo a mesma din�mica verificada em janeiro, segundo dados do levantamento Indicadores Industriais, divulgado hoje pela Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI). De acordo com a entidade, o faturamento do setor teve queda de 3,7% na compara��o com janeiro.
Nos dois primeiros meses de 2013, houve retra��o de 6,8% nos ganhos industriais, depois de recuou de 4,2% no faturamento das ind�strias em janeiro, em rela��o a dezembro. Para a CNI, a ind�stria "ainda n�o encontrou sua trajet�ria de crescimento" neste ano.
Essa redu��o, no entanto, n�o teve impacto sobre a gera��o de emprego no setor, que ficou relativamente est�vel, com crescimento de 0,3% em rela��o ao m�s anterior, quando houve queda de 0,2% em rela��o a dezembro. A diminui��o dos ganhos na ind�stria tampouco teve consequ�ncias negativas de curto prazo sobre os sal�rios dos seus trabalhadores, cuja massa salarial cresceu 1,9% - o aumento mais intenso dos �ltimos 14 meses.
A utiliza��o da capacidade instalada (UCI) seguiu a tend�ncia de mau desempenho do setor, com diminui��o de 1,9 ponto percentual. Em janeiro, o �ndice apontava o uso de 84,5% da capacidade instalada. Em fevereiro, essa utiliza��o caiu para 82,6%. Em compara��o ao mesmo m�s do ano passado, resultado foi est�vel, com a diferen�a de 0,1 ponto percentual (82,5%). Em 2012, nenhum dos 12 meses registrou uso da capacidade instalada superior a 82,5%.
Os setores de m�veis, m�quinas e materiais el�tricos e qu�micos foram os que tiveram o melhor desempenho - com 29,6%, 23,1% e 12,3% de crescimento salarial, respectivamente. Os setores com pior desempenho foram o de farmac�uticos, m�quinas e equipamentos e t�xteis - com a queda de 6,3%, 4,5% e 3,6% de redu��o salarial.
De acordo com o economista da CNI Marcelo de �vila, ainda que os sinais de aquecimento no setor sejam aparentes, mas n�o traduzidos em crescimento de fato, espera-se que isso ocorra nos pr�ximos meses. Para ele, essa expectativa � uma das explica��es para a manuten��o dos sal�rios e dos postos de trabalho no setor.
"Os sal�rios mostram uma clara reten��o de funcion�rios. No mercado, existe a percep��o de que h� um problema de m�o de obra qualificada no setor. No contexto de um mercado din�mico e n�veis hist�ricos de baixo desemprego, emprega-se muita m�o de obra sem qualifica��o. Isso aumenta o poder de barganha do trabalhador", explicou �vila, sobre a reten��o de empregados qualificados e a manuten��o ou aumento salarial, a despeito do desempenho estagnado do setor. Para o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, a manuten��o desses sal�rios depende do aumento de produtividade no setor.
"Desde 2006, os sal�rios reais est�o crescendo acima da produtividade. Isso gera dificuldade de o setor retomar investimentos, porque reduz a capacidade do setor. Por isso, batemos na tecla de uma agenda de redu��o de custos - como a energia el�trica, a desonera��o da folha de pagamento - de forma a compensar aumento dos sal�rios", explicou Fonseca. Segundo ele, essa compensa��o n�o pode ser feita atualmente por meio do ajuste de pre�os, devido � competitividade dos produtos importados, que est�o entrando no pa�s a custos mais baixos.
Em rela��o ao n�mero de horas trabalhadas, o levantamento aponta que houve aumento de 0,4% para os trabalhadores desse setor em rela��o ao m�s anterior. Todos esses �ndices do levantamento da CNI s�o baseados em uma base de 100 pontos fixada em 2006. As varia��es s�o medidas a partir de ent�o.