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Estado de Minas

Depois de um longo per�odo de ostracismo, clubes de Belo Horizonte s�o repaginados

Estruturas modernas, abertura de programas para n�o s�cios e oferta de variada gama de servi�os recuperam os caixas. Cotas valorizam quase 2.000% e n�mero de associados n�o para de crescer


postado em 14/04/2013 06:00 / atualizado em 14/04/2013 08:00

O PIC deu a volta por cima, investiu em espaço para crianças, atendimento informatizado e bar molhado. Com isso, reconquistou antigos sócios, como Euler Fuad(foto: MARCOS MICHELIN/EM/D.A Press)
O PIC deu a volta por cima, investiu em espa�o para crian�as, atendimento informatizado e bar molhado. Com isso, reconquistou antigos s�cios, como Euler Fuad (foto: MARCOS MICHELIN/EM/D.A Press)

Depois de um longo per�odo de ostracismo devido �s perdas de associados em raz�o da constru��o de condom�nios equipados com �reas de lazer, os clubes esportivos e sociais se reinventam e conseguem resgatar antigos cotistas. Numa mudan�a radical de concep��o, na qual os s�cios t�m � disposi��o espa�os que extrapolam em muito piscinas e quadras esportivas, os clubes alteram o perfil e criam �reas e servi�os para que os usu�rios se sintam em casa. A consequ�ncia � a valoriza��o de quase 2.000% das cotas e o aumento do n�mero de associados em mais de 40%.

Em busca da transforma��o dos clubes em um pedacinho da casa dos associados, as diretorias investem pesado em atividades diferenciadas para garantir conforto aos associados. Academias de gin�stica, aulas de ioga, pilates, artes marciais, refor�o escolar, equipe de corrida e at� cabeleireiro est�o entre as atividades inclu�das na lista de servi�os prestados pelos clubes. E mais: a vasta programa��o social (shows, festas, campeonatos etc.) aproxima o associado, fortalecendo o conceito familiar.

Prova da volta do por cima, o Pampulha Iate Clube (PIC) passou anos de certo esvaziamento, com antigos s�cios entregando cotas. Al�m do fator �rea de lazer, no caso do PIC, assim como de outros pr�ximos (Iate, Clube Belo Horizonte, Liban�s), pesava ainda a dist�ncia em rela��o ao Centro. Para mudar o rumo, a dire��o decidiu investir em espa�o para crian�as, com ber��rio e um setor de tr�s andares com atividades voltadas somente para o p�blico infantil, al�m de agregar servi�os para os pais, como atendimento informatizado de restaurante e bar molhado, entre outros. “O clube � uma op��o segura de lazer para as fam�lias, diferente dos shoppings”, afirma o presidente do PIC, Edison Sim�o.

Na compara��o entre 2009 e 2012, os visitantes anuais tiveram alta de 176%, passando de 250 mil para 440 mil. Al�m dos investimentos, uma forma de aumentar o n�mero foi a formata��o de um programa para atender filhos de s�cios e antigos cotistas. O programa permite aos dois perfis frequentar o clube sem necessidade de adquirir cota. Com isso, mais de 1,1 mil associados j� retornaram ao clube. O empres�rio Euler Fuad � um dos antigos s�cios que voltaram a frequentar o PIC com a fam�lia. Pelo menos uma vez por semana ele est� no clube. Seja para usar a sauna, caminhar, jogar futebol com o filho, almo�ar com a fam�lia, tomar drinques com os amigos ou at� mesmo cortar o cabelo. Fuad “n�o achava boa a programa��o, e a evas�o de s�cios era grande”. Foi o que provocou sua sa�da, h� mais de uma d�cada. A mudan�a de comportamento das �ltimas diretorias, segundo ele, deu novo g�s. “A nova administra��o revigorou o clube. S�o festas e eventos mais integradores, al�m de uma oportunidade de mais contato com os filhos”, afirma o empres�rio.

O Minas Tênis Clube é um dos poucos que conseguiram evitar uma década de marasmo, com a inclusão de dezenas de serviços e principalmente a excelência nos esportes(foto: Orlando Bento/Divulgação)
O Minas T�nis Clube � um dos poucos que conseguiram evitar uma d�cada de marasmo, com a inclus�o de dezenas de servi�os e principalmente a excel�ncia nos esportes (foto: Orlando Bento/Divulga��o)

O modelo de associado tempor�rio ou usu�rio se repete em boa parte dos clubes que n�o atingiram o limite de cotistas estabelecido no estatuto. Cada um � sua maneira, Iate, Mackenzie, Recreativo e Gin�stico criaram o programa tamb�m para refor�ar o caixa, tendo em vista que a mensalidade � a principal fonte de renda dos clubes. “O programa � uma forma de atrair mais s�cios. Normalmente � s� uma pessoa solteira que pode chamar amigos”, explica o presidente do Esporte Clube Gin�stico, M�rcio Tibo. O clube tem aproximadamente 50 s�cios-usu�rios, o que representa cerca de 15% do total de cotas.

“Os clubes passaram por crise por causa da mudan�a do perfil da classe m�dia. Antes, a op��o de lazer nos condom�nios era mais restrita”, afirma o conselheiro da C�mara do Mercado Imobili�rio de Minas Gerais (CMI-MG), Ariano Cavalcanti de Paula. Al�m disso, diz ele, as fam�lias foram obrigadas a cortar despesas e a maioria dos clubes acabou ficando sucateada, devido � diminui��o do n�mero de s�cios. “Com isso, ficaram sem capacidade de investimento”, observa Ariano de Paula. Mas como a maior parte dos empreendimentos est� em �reas nobres e valorizadas, ocorre certa invers�o. “Est� ocorrendo uma reestrutura��o para voltar a atrair os associados”, diz.

SEGREDO DO SUCESSO
O Minas T�nis Clube � um dos poucos que conseguiram evitar uma d�cada de marasmo, com a inclus�o de dezenas de servi�os e principalmente a excel�ncia nos esportes e a proximidade de atletas de renome no dia a dia. Prova disso � que o valor da cota familiar teve varia��o astron�mica. Enquanto h� pouco mais de 10 anos era preciso pagar  cerca de R$ 2 mil para se associar, hoje o valor � de R$ 40 mil, mais que suficiente para comprar um carro popular. “Um clube � uma entidade de presta��o de servi�os. � preciso ter atividades para todas as idades para que a pessoa tenha um ganho sendo s�cio. N�o basta piscina e quadra, porque qualquer condom�nio hoje tem”, afirma o presidente do Minas, S�rgio Bruno Zech Coelho.

O aposentado Lincoln Grecco aproveita com afinco as incont�veis atividades disponibilizadas. “O clube � a extens�o da minha casa”, relata ele, que todos os dias atravessa a Rua Ant�nio de Albuquerque para ir � unidade de Lourdes do Minas, onde pratica pilates, faz muscula��o e se prepara para sua 112ª corrida. “Fico mal quando n�o vou ao clube. � l� que me sinto bem”, afirma ele, que parou de jogar peteca para evitar problemas musculares, depois de 25 anos de quadras. Enquanto isso, a mulher, Anilde, as tr�s filhas e os sete netos aproveitam piscina, quadras e curtem outras atividades.


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