O aumento da taxa b�sica de juros em 0,25 ponto percentual para 7,5% ao ano era um mal necess�rio, na avalia��o do diretor executivo e coordenador de estudos econ�micos da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as, Administra��o e Contabilidade (Anefac), Miguel Jos� Ribeiro de Oliveira.
“Sempre fui cr�tico do aumento de juros. Mas, neste momento, n�o fazer nada seria o pior dos mundos”, disse. Segundo avalia��o do diretor da Anefac, caso nenhuma medida fosse adotada, a expectativa de infla��o para o futuro iria continuar, o que levaria a reajustes de pre�os no presente. Ele acrescentou que a decis�o do Copom sinaliza ao mercado a necessidade de parar com o reajuste de pre�os.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido pelo governo para o sistema de metas de infla��o, vem subindo desde julho do ano passado. Em mar�o, o �ndice acumulado em 12 meses chegou a 6,59% e ultrapassou o teto da meta de infla��o do governo, que � 6,5%. Cabe ao BC fazer com que a infla��o fique dentro da meta, no fechamento do ano. A meta estabelecida pelo Conselho Monet�rio Nacional � 4,5% (centro da meta), com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
J� para a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), a eleva��o da taxa b�sica de juros (Selic) decidida pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central � a op��o de controlar infla��o com maiores danos � produ��o. Na avalia��o da entidade de empres�rios, a combina��o de “aumento de gastos com eleva��o dos juros gera o pior cen�rio para a economia, que � o de infla��o alta e crescimento m�nimo”.
Os empres�rios reconhecem a import�ncia de medidas do governo para evitar a alta dos pre�os, mas destacam que o setor tem registrado desempenho abaixo do esperado, dando continuidade � situa��o negativa do fim de 2012. Os empres�rios acreditam que o novo ciclo de alta dos juros ir� afetar a confian�a do empres�rio e comprometer os investimentos, cuja eleva��o considera essencial para reativar a economia.
J� a Confedera��o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC Brasil) destacam, em comunicado, que a decis�o de elevar a taxa poderia ter sido postergada para o pr�ximo m�s, “caso o governo adotasse medidas de austeridade para reduzir os gastos p�blicos”. Para a CNDL, o aumento dos juros tem efeitos colaterais amargos, pois reduz o consumo, o investimento, que passa a ficar mais caro, e piora a situa��o dos endividados.
A Confedera��o Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) voltou a condenar o que chama de “terrorismo do mercado financeiro, que for�ou o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) a aumentar a taxa b�sica de juros, a Selic, para 7,5% ao ano”. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, se manifestou por meio de nota destacando que o “Banco Central errou ao engatar uma marcha r� no caminho da redu��o da Selic, pois essa decis�o somente agrada aos especuladores do mercado financeiro e n�o ajuda a estimular o crescimento, a expans�o do cr�dito, o fortalecimento da produ��o e do consumo e a gera��o de empregos".
Ontem, o Copom optou por aumentar a Selic para 7,5% ao ano, depois da manuten��o da taxa em 7,25% nas tr�s reuni�es anteriores (novembro de 2012, janeiro e mar�o deste ano). Anteriormente, os juros b�sicos tinham passado por processo de redu��o. A Selic come�ou a cair na reuni�o do Copom do final de agosto de 2011 - quando foi de 12,5% para 12% ao ano - e manteve a trajet�ria de queda at� outubro do ano passado, quando foi de 7,5% para 7,25% ao ano.