Empres�rios se juntaram a t�cnicos dos governos estadual e dos munic�pios e a universidades para tentar solucionar a escassez de �reas em Minas Gerais destinadas � instala��o e expans�o de empreendimentos da ind�stria e do setor de presta��o de servi�os. Em vez do antigo e esgotado modelo dos distritos industriais, o primeiro resultado do trabalho ser� a cria��o at� o fim do ano de uma dezena de condom�nios industriais tem�ticos, p�blicos e privados, em cidades da Regi�o Central do estado. Num segundo esfor�o conjunto que est� sendo feito, mais de 40 �reas j� foram identificadas com extens�o de 100 mil a 6 milh�es de metros quadrados, em pelo menos 17 localidades, que podem ser oferecidas a investidores do setor produtivo.
A meta na negocia��o conjunta, informou a secret�ria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico, Dorothea Werneck, � oferecer os 10 condom�nios com toda a infraestrutura negociada ou pronta para receber o investidor, integrando projetos de um mesmo setor de atividade e as responsabilidades que cabem a cada um dos �rg�os de governo envolvidos. Com a estrat�gia, ser�o apresentadas �s ind�strias e prestadores de servi�os op��es de localiza��o num ritmo compat�vel com a implanta��o do empreendimento. “Nos antecipamos para n�o perder investimentos. A discuss�o com os empreendedores � cada vez menos tribut�ria, diante do fim da guerra fiscal”, afirma.
Parceria Nas conversas com os propriet�rios das �reas e as prefeituras, em caso de terrenos p�blicos municipais, o estado tem proposto, segundo Dorothea Werneck, a parceria do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), que orienta e assessora as empresas interessadas em investir em Minas. At� a porta dos condom�nios industriais, o governo prov�m a infraestrutura ou pode assumir parte dos custos em algumas situa��es para atender demandas espec�ficas dos investidores. “As �reas qualificadas ser�o sugeridas, entre terrenos p�blicos ou privados, sem exclusividade, aos empreendedores. Se antes busc�vamos o suporte da infraestrutura quando havia a demanda de uma empresa, agora sabemos como suprir �reas j� caracterizadas com �gua, energia, esgoto, g�s e rede de telecomunica��es, e vamos atr�s dos investimentos”, diz a secret�ria de Desenvolvimento.
Em regi�es industrializadas do estado, a exemplo do Sul e do Vale do A�o, preocupa a falta de �reas para novos investimentos. O polo de eletr�nica de Santa Rita do Sapuca� tem crescido 26% a 29% ao ano nos �ltimos cinco anos em volume de neg�cios e faturamento, nas estimativas do Sindicato das Ind�strias de Aparelhos El�tricos, Eletr�nicos e Similares do Vale da Eletr�nica. Na avalia��o do presidente da institui��o, Roberto Souza Pinto, h� duas �reas p�blicas que podem ser oferecidas � iniciativa privada no munic�pio – uma fazenda com 1 milh�o de metros quadrados e um terreno de 400 mil metros quadrados – mas que dependem de aporte de R$ 1 milh�o em infraestrutura.
“A �rea da fazenda seria ideal para atrair grandes empresas do setor, que funcionariam como �ncoras, e o terreno permite a cria��o, com pouqu�ssimo investimento, de um centro de pequenas empresas de tecnologia. S�o duas possibilidades para tornarmos o polo de Santa Rita mais atrativo ”, afirma Roberto Souza.
Mercado Bra�o da construtora MRV no ramo de condom�nios industriais e log�sticos, a LOG Commercial Properties � uma das empresas que participam das discuss�es com representantes do governo estadual. A LOG CP iniciou as obras do Parque Industrial de Betim, projeto de loteamento de 6 milh�es de metros quadrados, dos quais 3,5 milh�es ser�o oferecidos � ind�strias, al�m dos condom�nios com infraestrutura log�stica, que atendem tamb�m as operadoras do setor e �s transportadoras, informa o diretor-executivo da LOG CP, S�rgio Fischer. “Este � um mercado que tem muito a crescer no Brasil. O pa�s n�o tem nem 10 milh�es de metros quadrados de galp�es classe A, enquanto os Estados Unidos h� mais de 300 milh�es de metros quadrados dispon�veis nessa categoria”, afirma.
Voca��o da regi�o � valorizada
Os condom�nios empresariais tem�ticos, planejados para munic�pios como Contagem, Betim, Divin�polis, Jeceaba e Paraopeba, aliam ao esfor�o da oferta de �reas com boa infraestrutura uma pol�tica que procura setorizar os investimentos, aproveitando o conhecimento das universidades locais e a voca��o que a regi�o desenvolveu ou quer explorar. A prioridade � atrair empreendimentos de alto conte�do tecnol�gico e baixo impacto ambiental, aqueles que j� v�m sendo chamados de nova economia. Em Divin�polis, no Centro-Oeste, o secret�rio municipal de Desenvolvimento Econ�mico, Paulo C�sar dos Santos, conta os planos da prefeitura de criar nesses moldes um parque industrial em fase final de defini��o do projeto, com 5 milh�es de metros quadrados na localidade conhecida como Choro, distante 10 quil�metros do Centro da cidade.
A proposta � mesclar o condom�nio industrial a �reas comerciais e dedicadas a universidades, al�m de 2,8 mil lotes residenciais. “Verificamos uma grande procura de empresas interessadas em se instalar no munic�pio, principalmente dos segmentos de componentes eletr�nicos, componentes para pain�is ferrovi�rios e automotivos”, afirma. Tradicional polo do setor de confec��es e da ind�stria guseira (fornecedores das usinas sider�rgicas), Divin�polis busca a diversifica��o, apoiada no trabalho de cinco universidades locais, entre p�blicas estadual e federal e privadas, que oferecem mais de 140 especializa��es e 150 cursos de p�s-gradua��o.
Fornecedores A ideia das �reas planejadas para atender empresas de um mesmo setor de atividade ou de segmentos afins favorece regi�es como o Vale do A�o, avalia Luciano Ara�jo, presidente regional da Federa��o das Ind�strias de Minas (Fiemg). O vale, que re�ne Ipatinga, Coronel Fabriciano e Tim�teo, foi escolhido pela Petrobras e o Minist�rio de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior como um dos cinco alvos no Brasil de um programa de desenvolvimento de fornecedores da ind�stria de �leo e g�s. “A escassez de �reas � um problema diante da previs�o de grandes investimentos do setor no pa�s”, afirma Ara�jo.
Com o mesmo objetivo de promover a diversifica��o da economia no estado, a Secretaria de Desenvolvimento Econ�mico elegeu cinco setores da ind�stria e do ramo de presta��o de servi�os que ganharam prioridade. A secret�ria Dorothea Werneck diz que eles s�o priorit�rios em decorr�ncia do desenvolvimento tecnol�gico que os caracteriza e da gera��o de empregos e alta qualidade, pelo conhecimento exigido dos profissionais. Tr�s deles s�o conhecidos como polos importantes no estado: a produ��o de f�rmacos e equipamentos m�dicos; servi�os de tecnologia da informa��o e comunica��o e componentes eletroeletr�nicos. Outros dois segmentos est�o se estruturando e prometem crescer, a fabrica��o de pe�as e componentes para a ind�stria aeroespacial e a produ��o das energias conhecidas como alternativas, a partir da biomassa, da for�a dos ventos e do sol.