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Estado de Minas

Apesar dos baixos �ndices de desemprego, bons postos de trabalho 'encolheram'

Oferta de cargos com bons sal�rios e benef�cios n�o acompanhou o boom que o mercado vive para baixa ou m�dia qualifica��o e se apresenta, hoje, como grande desafio para o crescimento


postado em 01/05/2013 06:00 / atualizado em 01/05/2013 07:09

O desafio da economia brasileira na gera��o de empregos vai al�m de um universo de oportunidades capaz de manter baixas as taxas de desocupa��o no pa�s. A maior dificuldade pode ser a cria��o de vagas de qualidade, que ofere�am n�o s� a carteira de trabalho assinada como tamb�m sal�rios adequados aos n�veis de especializa��o dos profissionais, jornada que permita ao empregado conciliar a rotina nas empresas e a vida pessoal, benef�cios sociais adicionais aos previstos em lei e a possibilidade de ascens�o de carreira. Entendida nesse conceito mais amplo, a oferta de empregos de qualidade recuou nos �ltimos cinco anos em participa��o no total da popula��o empregada. Os melhores postos oferecidos continuam concentrados nas grandes empresas do setor de servi�os e da ind�stria, associados � forma��o no ensino superior e ao tempo maior em servi�o.


N�o h� como imaginar a recupera��o dos empregos de qualidade sem o retorno dos investimentos do setor privado, principalmente, aqueles ligados a setores que demandam desenvolvimento de tecnologia, alerta o economista M�rcio Pochmann, do Centro de Estudos Sociais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas. “� um contexto desafiador para o Brasil. O pressuposto de uma economia que cresce em raz�o de investimentos novos � a cria��o de empregos que remuneram melhor o trabalhador “, afirma.

Na d�vida sobre como o governo vai resolver os gargalos para atrair os investidores num cen�rio ainda marcado pelos efeitos da crise internacional, a recomenda��o dos consultores de recursos humanos � abrir tempo na agenda para fortalecer o curr�culo com experi�ncias, sem deixar de cuidar da satisfa��o pessoal, ingrediente necess�rio ao bem desempenho na profiss�o. “Mais que pensar em uma p�s-gradua��o que as empresas n�o v�o exigir, o profissional precisa investir na experi�ncia, inclusive, no exterior, e no dom�nio de ingl�s e espanhol”, afirma Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search, espercializada em recrutamento e consultoria de pessoal e de executivos.

Diferentemente da condi��o de pleno emprego que tem caracterizado as ocupa��es para profissionais das �reas operacionais, com remunera��o de at� 5 sal�rios m�nimos (R$ 3.390), nos n�veis intermedi�rios, que envolvem os especialistas, consultores e pessoal de m�dia ger�ncia, Adriana Prates v� descompasso, com mais candidatos do que vagas. Na avalia��o da presidente da Dasein Search, faltam ao pa�s ferramentas para ampliar a oferta dos empregos mais qualificados a partir de investimentos de novas empresas no Brasil. Apesar do freio j� imposto �s contrata��es no ano passado, frente a 2011, ela verifica alguns �reas aquecidas neste ano, como a de engenharia, finan�as pessoais, RH, consultoria, contabilidade em tecnologia da informa��o e auditoria.

No grupo Selpe, tamb�m especializado em sele��o de m�o de obra, uma garimpagem dos empregos de melhor qualidade feita pelo diretor de opera��es da empresa, Robson Barbosa, indicou 56 vagas em aberto com ofertas salariais entre R$ 1,3 mil para jornada de seis horas di�rias e R$ 14 mil, para gerente de RH. “Em geral, esses empregos est�o nas empresas de grande porte, com departamento de recursos humanos estruturado, e naquelas preocupadas em criar um bom clima organizacional, programas de preven��o e promo��o da sa�de e que incentivam pr�ticas esportivas”, afirma. Entre as fun��es requeridas est�o assistentes de atendimento em l�ngua inglesa, inspetor de qualidade, com n�vel t�cnico em mec�nica, coordenador de manuten��o e engenharia, consultor interno de RH, comprador de produtos e servi�os e controlador de or�amento e custos.

Disputa

Se o pa�s viveu anos recentes de avan�o na gera��o de empregos com a carteira assinada, o que indica melhora das condi��es do trabalho, isso n�o significa que aumentou a oferta de empregos de qualidade. Para Robson Barbosa, na tentativa de reverter a escassez de m�o de obra qualificada e diminuir a rotatividade de pessoal, muitas empresas optaram por melhorar os benef�cios e valorizar os sal�rios do quadro de pessoal existente para reter profissionais disputados pelos concorrentes. H� casos de companhias estrangeiras que passaram a estimular a pr�tica do trabalho em casa para n�o perder gente qualificada.

A pol�tica chegou ainda a profissionais de n�vel operacional, a exemplo de 90% dos empregados da Construtora Capara�. A empresa passou a oferecer seguro de vida, premia��o por indica��o de empregado que permanecer pelo menos tr�s meses em servi�o e clube de lazer. Segundo o gerente de RH da construtora, Silvano Arag�o, mantendo os sal�rios de mercado oferecidos, os benef�cios contribu�ram para reter e atrair trabalhadores. A rotatividade est� em 4% – a cada 100 empregados, quatro entram e saem no mesmo m�s –, ante a m�dia, de 12%, do setor.

 

Servi�os lideram oferta

 

Os trabalhadores que ocuparam, no ano passado, os empregos de melhor qualidade na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte representavam menos de 6% do total, percentual inferior aos 6,5% de 2011 e 8% de 2008, de acordo com estudo do economista M�rio Rodarte, professor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG. O grupo reuniu 132.573 pessoas de um contingente de 2,247 milh�es de ocupados, dos quais 62,5% tinham o ensino superior completo. As empresas prestadoras de servi�os responderam pela maioria das vagas (77,3%) e a ind�stria por 11,6%. Uma das maiores surpresas para o pesquisador foi a constata��o de que o emprego top � duradouro, portanto est� relacionado ao tempo maior de casa.

M�rio Rodarte estabeleceu dois crit�rios para investigar as condi��es do emprego de qualidade: rendimento igual ou superior ao sal�rio m�nimo estipulado pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) para atender as necessidades do trabalhador conforme a Constitui��o federal (de R$ 2.514 em dezembro de 2012) e jornada semanal de 10 a 40 horas. A jornada m�dia na Grande BH � de 41 horas semanais. “� uma esp�cie de para�so. Quando a pessoa entra, tende a ficar, ou talvez seja a constru��o da carreira que leve o profissional a chegar l�, mas com tempo”, afirma. Cerca de 60% do que poderia ser chamado de emprego top tem rela��o com profissionais h� mais de cinco anos em servi�o.

O ponto alto da gera��o de empregos de qualidade foi observado antes da crise financeira mundial, em 2008, quando eles representavam 8% da popula��o ocupada na regi�o metropolitana da capital mineira. A participa��o foi o dobro da fatia de 2004, per�odo que marcou o in�cio do longo processo de formaliza��o do emprego no Brasil. A eleva��o da escolaridade, para o secret�rio de Estado de Trabalho e Emprego de Minas Gerais, Jos� Silva, � uma das sa�das para que mais trabalhadores tenham acesso a emprego em melhores condi��es.

A medida � uma das principais metas da pasta, que gerencia os 134 postos do Sistema Nacional de Emprego no estado. Na semana passada, a rede oferecia 481 vagas que requeriam ensino superior. “Dobramos os recursos destinados �s unidades de atendimento ao trabalhador (R$ 10 milh�es em 2013). Vamos melhorar a infraestrutura da rede, a assist�ncia e o programa de qualifica��o profissional no estado”, afirma. 


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