A constru��o da usina el�trica de Belo Monte � elogiada pela revista brit�nica "The Economist" na edi��o que chega �s bancas nesta quinta-feira. Com o argumento de que o impacto ambiental ser� menor que o propagado pelos ecologistas, a publica��o exalta a obra erguida no meio da floresta amaz�nica. A reportagem, por�m, lan�a d�vidas sobre a viabilidade econ�mica do empreendimento.
Com o t�tulo "Os erros e acertos de Belo Monte", a revista diz que ap�s "passar muito tempo para construir o terceiro maior projeto hidrel�trico do mundo, o Brasil corre o risco de receber um pequeno retorno do investimento de US$ 14 bilh�es". O argumento da reportagem � que a usina custar� muito mais que o previsto, o que pode prejudicar a rentabilidade do projeto. Segundo a publica��o, o Or�amento da obra saltou dos originais R$ 16 bilh�es para os atuais cerca de R$ 29 bilh�es ou cerca de US$ 14 bilh�es.
A revista cita, por exemplo, que o pre�o da energia de Belo Monte ser� compar�vel � da energia e�lica - uma fonte conhecida por ser mais cara que a hidrel�trica. O texto diz que recentes leil�es de energia e�lica "com centenas de concorrentes do setor privado" tiveram vencedores que ofereceram o megawatt-hora por valor entre R$ 90 e R$ 100. Quando o cons�rcio Norte Energia levou o direito sobre a energia de Belo Monte, a proposta vencedora foi de R$ 77,97 por MWh. "Desde ent�o, o or�amento (relacionado � usina) aumentou um ter�o".
A revista diz que o governo "insiste que os custos s�o um problema da Norte Energia". "Isso parece falso. O grupo � quase totalmente estatal", diz a revista com a lembran�a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) concedeu um empr�stimo de R$ 22,5 bilh�es � Norte Energia em novembro. "O maior cr�dito da hist�ria do banco". "Se Belo Monte se tornar um elefante branco, a conta recair� sobre o contribuinte", diz a revista.
A reportagem, que visitou as obras da usina, defende que o impacto ambiental de Belo Monte ser� menor que o dito por ecologistas. Um dos argumentos � que o m�todo de constru��o � mais moderno e gerar� menos danos � natureza. O pre�o dessa condi��o mais amig�vel ao meio ambiente � que a unidade ser� menos eficiente que usinas antigas.
A revista tamb�m comenta que o Brasil tem experimentado mudan�a na matriz energ�tica nos �ltimos anos - especialmente ap�s o apag�o de 2001 e 2002, com a maior participa��o da gera��o termoel�trica. Essa participa��o tende a crescer ainda mais com a futura explora��o dos campos de g�s de xisto. O texto comenta, ainda, que mesmo com o aumento do n�vel dos reservat�rios observado recentemente, o Brasil segue usando a energia t�rmica para formar "uma reserva" nos reservat�rios suficiente para atender a demanda durante a Copa do Mundo de 2014. "A repeti��o de um apag�o seria uma humilha��o nacional".