Por ter adotado um modelo de TV Digital semelhante ao japon�s, o Brasil pode ter de pagar mais caro para adotar a tecnologia de telefonia e banda larga m�vel de quarta gera��o (4G) na faixa de 700 mega-hertz (MHz) a partir do pr�ximo ano. Testes realizados no Jap�o - pa�s que s� adotar� o 4G nessa frequ�ncia em 2015 - mostram uma alta interfer�ncia da tecnologia nas transmiss�es de TV.
Um extenso relat�rio com os resultados dos testes foi apresentado nesta quarta-feira pela Associa��o Brasileira de Emissoras de R�dio e Televis�o (Abert) ao presidente da Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), Jo�o Rezende. O �rg�o regulador pretende leiloar at� abril de 2014 parte da frequ�ncia de 700 MHz no Brasil para empresas de telefonia, e por isso antecipou em algumas regi�es a migra��o dos canais de TV que ocupam a frequ�ncia. Por outro lado, a ag�ncia adiou a transfer�ncia em localidades onde a digitaliza��o deve demorar mais.
Embora interfer�ncias tamb�m tenham sido registradas em outros modelos de TV Digital, o relat�rio japon�s conclui que a conviv�ncia entre as duas tecnologias � invi�vel sem a realiza��o de diversas - e custosas - adapta��es. “O governo japon�s estima um custo de US$ 3 bilh�es para resolver os obst�culos de interfer�ncia nas transmiss�es. Essa not�cia caiu como um meteoro no ambiente de radiodifus�o”, disse o diretor de uso e planejamento de espectro da Abert, Paulo Ricardo Baldu�no.
Como a tecnologia “pura” do 4G � incompat�vel com as transmiss�es japonesas de TV Digital, os japoneses precisaram instalar filtros n�o apenas em antenas e equipamentos de transmiss�o de telefonia como tamb�m nos televisores. “Todos os aparelhos nas casas das pessoas e as novas TVs precisar�o ser adaptados. Isso certamente ter� um pre�o”, disse Baldu�no.
Testes
Diante do alarme, tanto empresas radiodifusoras quanto as de telecomunica��es e a pr�pria Anatel iniciaram testes com o modelo brasileiro para descobrir o tamanho das adapta��es necess�rias para o uso do 4G em 700 MHz no Pa�s. A quarta gera��o na faixa de 2,5 giga-hertz (GHz) come�ou a ser comercializada em cidades brasileiras e n�o oferece risco �s transmiss�es de TV. Na avalia��o da Abert, essa seria a melhor op��o para uso em locais densamente povoados, a exemplo do que ocorre no Jap�o.