Para o diretor do Departamento de Pesquisas Macroecon�micas do Bradesco, Octavio de Barros, a varia��o do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deixa, "inequivocamente claro, que o Brasil est� no mesmo ritmo da economia global". O PIB, divulgou nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), cresceu 0,6% na compara��o com o quarto trimestre do ano passado e 1,9% relativamente ao primeiro trimestre de 2012. A varia��o na margem ficou pr�xima do piso de 0,55% das expectativas coletadas pelo AE Proje��es, que tinham como teto uma varia��o de 1,2%.
Para Barros, como todos os pa�ses da Am�rica Latina, a economia brasileira cresce muit�ssimo abaixo do seu potencial. "A ideia de que o Brasil era o �nico que estava se recuperando foi totalmente enterrada. Se n�o fosse a agricultura, o PIB do primeiro trimestre possivelmente teria sido de 0%. Esses dados v�o obrigar todo mundo a revisar para baixo o PIB do ano, e possivelmente mais para pr�ximo de 2%. Sem falar que para o segundo trimestre estamos prevendo uma desacelera��o em rela��o ao primeiro trimestre", disse ao Broadcast. "Preliminarmente, trabalhamos com 0,5% de crescimento do PIB no segundo trimestre."
De acordo com ele, o dado do PIB do primeiro trimestre mostra que o setor de servi�os desacelerou profundamente. "Isso teve um peso muito forte no lado da oferta, mas � uma excelente not�cia, talvez a melhor not�cia poss�vel, para a infla��o prospectiva. Eu sempre defendi que o setor de servi�os j� estava desacelerando depois de uma satura��o de dez anos de crescimento forte", afirmou. "Estamos no in�cio do fim da era dos non-tradables e engatinhando no in�cio de uma era mais focada em tradables e de investimentos em infraestrutura."
Al�m disso, segundo Barros, com o consumo estagnado, como j� vinham mostrando os dados da Pesquisa Mensal de Com�rcio (PMC) dos �ltimos seis meses, tamb�m n�o poderia ser melhor o cen�rio para a infla��o corrente seguir desacelerando. "Como boa not�cia, os investimentos est�o sendo retomados, o que significa claramente que a oferta est� reagindo. Estou mais otimista em rela��o aos investimentos, sobretudo os de infraestrutura, que come�am finalmente a dar o ar da gra�a", considerou o economista.
Para Barros, no que diz respeito � infla��o,os dados do PIB divulgados nesta quarta-feira, 29, s�o "excelentes no sentido de reduzir muito as preocupa��es de alguns" economistas. Com isso, de acordo com ele, as expectativas de infla��o tamb�m tendem a ceder.
"Muitos analistas possivelmente devem estar considerando que o BC, de posse dessa informa��o relevante, deveria no m�ximo deixar os juros inalterados. Na minha opini�o, como o processo de normaliza��o monet�ria dificilmente ser� interrompido, a hip�tese de aumento da Selic de 0,25 ponto torna-se praticamente a �nica poss�vel e justa. Minha intui��o � a de que o or�amento total do BC voltar� a ser o que j� trabalh�vamos: 1 ponto porcentual no total", disse.