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Estado de Minas CUSTO DE VIDA

Pre�o do feij�o dispara na capital

Queda de safra em Minas e no Paran� faz valor da saca chegar a R$ 240. Alta de 50% para produtor chega � mesa e quilo do carioquinha fica 31,6% mais caro em apenas 4 meses


postado em 05/06/2013 06:00 / atualizado em 05/06/2013 07:38

A artista Sheila Marzano comprou o grão, mas se assustou e sugere substituir produto(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
A artista Sheila Marzano comprou o gr�o, mas se assustou e sugere substituir produto (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
A artista pl�stica Sheila Maria Marzano levou um susto ao pesquisar os pre�os do feij�o: “O valor, Deus do c�u, disparou”. As causas, novamente, se devem a condi��es clim�ticas: a seca e chuvas desreguladas levaram o primeiro ciclo da colheita, em mar�o e abril, a despencar 30% em Minas, o segundo maior produtor nacional. No Paran�, primeiro colocado no ranking, tamb�m houve recuo na safra. Resultado: o produtor reajustou os pre�os. No estado, a saca de 60 quilos subiu 50% de dezembro de 2012 a maio de 2013, de R$ 160 para R$ 240. A diferen�a, claro, chegou ao consumidor, como mostra pesquisa do site Mercado Mineiro: o quilo da variedade carioquinha, o mais consumido em BH, subiu 31,6% apenas de fevereiro a maio.

O percentual est� bem acima da infla��o oficial do Brasil, medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o acumulado dos �ltimos 12 meses, encerrados em abril, em 6,49%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Para salgar ainda mais o prato, a tend�ncia � de novas altas nos pre�os. H� duas explica��es. O segundo ciclo do feij�o, que come�a a ser colhido no fim do m�s, n�o deve compensar a perda da primeira colheita. J� a terceira e �ltima colheita deve cair bastante: o governo de Minas Gerais proibiu a planta��o de feij�o, de 15 de setembro a 25 de outubro, no Noroeste do estado, regi�o que responde por 70% da produ��o do terceiro ciclo.

A determina��o � conhecida como vazio sanit�rio e visa a exterminar um v�rus transmitido pela mosca-branca – a praga n�o causa problema ao ser humano, mas prejudica bastante a lavoura. O ciclo do inseto � de 20 dias. Da� a interrup��o do plantio por 40 dias. O vazio sanit�rio, que � usual nas culturas do algod�o e da soja, � o primeiro a ser aplicado, no estado, para o feij�o. Al�m de Minas, Goi�s e o Distrito Federal expediram a mesma ordem. “A inten��o � tentar quebrar o ciclo da mosca-branca. H� uma tend�ncia de encarecimento do pre�o do feij�o, pois a oferta ser� menor”, prev� Pierre Vilela, coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg).

Com reajustes, tipos menos comuns chegam a custar até R$ 10 em BH(foto: FOTOS BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
Com reajustes, tipos menos comuns chegam a custar at� R$ 10 em BH (foto: FOTOS BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
Alternativas

A alternativa, segundo ele, � o Brasil importar o produto. Mas a tarefa n�o ser� f�cil: “A Argentina (principal fornecedor do pa�s) est� quase no inverno e n�o produz nesta �poca do ano. Devemos importar da China, mas (a produ��o asi�tica) n�o � suficiente para suprir a nossa demanda”. Se o governo brasileiro fracassar na compra externa de feij�o, Sheila Marzano, a artista pl�stica que se assustou com o pre�o do gr�o, sugere subistituir o alimento por lentilha: “Morei no Rio Grande do Sul e l� � muito comum o consumo de lentilhas”. Ela tem outras dicas: dar prefer�ncia a variedades de feij�o cujos pre�os subiram menos.

O do carioquinha, segundo a pesquisa do Mercado Mineiro, liderou a alta entre fevereiro e maio: 31,6%. Em seguida, aparece a jalo, cujo quilo subiu 29,91% no mesmo intervalo, de R$ 6,32 para R$ 8,21. O do feij�o preto avan�ou 9,72%, de R$ 4,22 para R$ 4,63. A �ltima variedade pesquisada foi a do gr�o branco: alta de 8,12%, de R$ 3,57 para R$ 3,86. “O jeito � usar, ent�o, o feij�o branco. D� para fazer uma excelente salada”, recomenda a artista pl�stica. Se o pre�o for vi�vel, outra alternativa � substituir o feij�o por lentilhas, como opina M�rcio Paranhos, morador do Bairro Serra, na Regi�o Centro-Sul da capital.

O pre�o m�dio do feij�o disparou tamb�m no entreposto da Ceasa Minas em Contagem, o maior do estado. De abril para maio, o fardo de 30 quilos do gr�o subiu 10%, fechando em R$ 140. “A oferta mineira diminuiu aqui. Est� entrando feij�o de S�o Paulo e do Paran�. Se n�o fosse isso, provavelmente, o pre�o seria maior”, avalia Wilson Guide, chefe do Departamento T�cnico da Ceasa Minas. J� no acumulado do primeiro quadrimestre do ano, o pre�o m�dio da saca de 60 quilos do feij�o chegou a R$ 198,37. “Houve um aumento de 29,8% em rela��o ao pre�o m�dio dos quatro primeiros meses de 2012”, calculou M�rcia Aparecida de Paiva Silva, assessora t�cnica da Secretaria de Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento de Minas Gerais.

Mist�rio

Ao contr�rio de Minas e do Paran�, a produ��o do primeiro ciclo do feij�o subiu no Nordeste. E em volume expressivo, de 130 mil toneladas para 484 mil toneladas. O curioso � que esse “extra” n�o freou a disparada do pre�o do gr�o no mercado dom�stico. Para especialistas, isso n�o ocorreu em raz�o de o Nordeste produzir, em grande maioria, variedades que n�o s�o consumidas no cotidiano das fam�lias das regi�es Sudeste e Sul, como o feij�o-andu e o de corda.

“Achei o n�mero do Nordeste m�gico. Para se ter ideia, o Cear� ir� produzir, no segundo ciclo (colheita no fim desse m�s), cerca de 145 mil toneladas. Minas, que � o segundo produtor, ter� cerca de 150 mil toneladas. Uma das explica��es � que o Nordeste est� produzindo feij�es que n�o s�o consumidos com frequ�ncia fora de l�”, refor�ou o coordenador da Faemg.


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