
No primeiro leil�o de ontem, da oferta de 40 mil contratos, com vencimento em julho deste ano, foram negociados 10 mil, numa opera��o de US$ 498,3 milh�es. Dos outros 40 mil contratos ofertados, com vencimento em agosto, foram negociados 10 mil, com valor de US$ 497,8 milh�es. No segundo leil�o, foram negociados 11 mil contratos com vencimento em agosto (US$ 546 milh�es) e 11,5 mil contratos, com vencimento em julho (US$ 571,6 milh�es). No total dos dois leil�es, o BC jogou US$ 2,1 bilh�es no mercado ontem, em interven��es que desaceleraram o ritmo de alta mas n�o conseguiram reverter a dire��o da cota��o.
Essa foi a quarta vez que o BC entrou no mercado este ano. Nas duas primeiras, a autoridade monet�ria vendeu US$ 2,252 bilh�es em leil�es. A �ltima vez que o BC fez dois leil�es de swap num mesmo preg�o foi em 26 de dezembro, quando a moeda rondava R$ 2,08. “O BC est� deixando claro para o mercado que o teto da banda � R$ 2,15. Cada vez que a moeda norte-americana passar desse patamar, ele vai intervir. Foi assim nas duas primeiras interven��es do ano e tamb�m nesta de hoje (ontem)”, avalia o gerente da Fair Corretora, M�rio Battistel.
Na avalia��o do especialista, essas interven��es acalmam o mercado. “Quando n�o se sabe a banda de atua��o, o mercado fica for�ando para ver onde est� o teto, criando uma ciranda. Um banco vende para outro, que vende para outro, que, por sua vez, revende para o primeiro. S� para ver at� onde vai”, ressalta. Battistel acredita que, uma vez estabelecido teto, o mercado para de for�ar e a moeda americana passa a oscilar apenas conforme os movimentos internacionais.
Movimentos externos
A divulga��o de dados ruins da economia chinesa provocaram a valoriza��o do d�lar no mercado internacional, frente a v�rias divisas ligadas a commodities, como o d�lar australiano, que caiu 0,62% ante a moeda dos Estados Unidos. “A valoriza��o est� ganhando for�a por conta do fortalecimento dos Estados Unidos e tamb�m de not�cias da China. O BC est� intervindo, n�o para criar uma banda, mas para impedir que a divisa oscile demais. Com esses leil�es, ele consegue frear o �mpeto comprador e vendedor, que � o seu objetivo, mas n�o impede o movimento internacional", explica o gerente de an�lise da XP Investimentos Caio Sasaki.
Segundo ele, o d�lar tem espa�o para chegar at� R$ 2,20. “O mercado entende que essa � a regi�o ideal. Nosso c�mbio deve seguir acompanhando seus pares”, afirma Sasaki, referindo-se a outras moedas latino-americanas que tamb�m perderam valor frente � divisa norte-americana.
Para o economista-chefe da Opus Investimento, Jos� M�rcio Camargo, o d�lar ganhou for�a no mundo todo devido �s perspectivas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir seu programa de est�mulo monet�rio devido a sinais de recentes de recupera��o econ�mica do pa�s. “O Fed sinalizou que vai reduzir os incentivos j� no segundo semestre deste ano. Os juros dos EUA v�o subir, ali�s, j� est�o subindo, a tend�ncia � a moeda continuar se valorizando”, afirma.
Credibilidade
Al�m disso, salienta Camargo, a situa��o interna do Brasil n�o � nada favor�vel, a pol�tica econ�mica perdeu credibilidade, e os �ndices de infla��o continuam em alta. "A pol�tica fiscal � claramente expansionsista, o, que deixou o Banco Central sozinho no combate � infla��o. A autoridade monet�ria havia dito que a infla��o ia arrefecer em junho e o que a gente v� s�o os �ndices subindo. A queda n�o vai ocorrer em junho. E a credibilidade do BC continua caindo”, diz.