
Liderando a alta, o pre�o dos alimentos aceleraram de 0,36% (maio) para 0,65% (em junho), com destaque para os latic�nios, cuja taxa cresceu de 2,25% para 2,38%, entre maio e junho. O pre�o pago ao produtor pelo litro de leite, que ultrapassou a marca de R$ 1 em abril, registrou forte alta tamb�m para o consumidor. O do longa vida acelerou de 0,59% para 0,89%.
Tamb�m tiveram seus pre�os reajustados para cima o mam�o papaya, que passou de 20,44% para 30,13% e as refei��es fora de casa, em bares e restaurantes que encareceram em junho (0,57% para 0,64%).
Para tentar domar o drag�o, a assistente social Altiney da Silva Gomes diz que passou a frequentar supermercados longe de sua cassa para “garimpar” pre�os melhores. Os R$ 200 que costuma gastar com alimentos n�o conseguem mais bancar sua cesta. Recentemente ela deixou de comprar alguns produtos b�sicos, como o feij�o, e diz que sentiu de maneira muito forte o reajuste do leite, j� que em sua fam�lia o consumo � de pelo menos um litro por dia. “No in�cio do ano o litro custava cerca de R$ 1,60, agora j� cheguei a pagar R$ 2,82”, comentou.
No ano, a infla��o acumulada at� maio � de 2,93% e o resultado em 12 meses, de junho de 2012 a maio de 2013, alcan�ou 5,96%. Na primeira pr�via de junho, em rela��o a maio, foram registradas altas tamb�m em habita��o (0,39% para 0,59%), transportes (queda de 0,19% para alta de 0,01%), vestu�rio (alta de 0,91% para aumento de 1,12%), educa��o, leitura e recrea��o (0,28% para 0,35%) e comunica��o (0,10% para 0,27%).
Sentindo no bolso a press�o do custo de vida, a classe m�dia brasileira j� come�ou a mudar seus h�bitos nos supermercados em busca de aliviar a fatura. A vendedora e dona de casa Valdenia Bretas, diz que j� trocou as marcas de diversos produtos, optando pelos pre�os mais baratos. Entre janeiro e junho, de produtos da cesta b�sica ao sacol�o, ela calcula que j� esteja gastando cerca de R$ 100 a mais com alimentos.
Expectativa
O coordenador do curso de economia da Newton Paiva, Adriano Porto, acredita que repiques de pre�os de produtos aliment�cios determinados podem ocorrer at� o fim do ano, mas que o �ndice deve ser beneficiado pela boa safra brasileira, sofrendo press�es fortes no segundo semestre apenas se houver fatores internacionais. O coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, aponta que os sinais indicam uma boa safra vindo a�, tamb�m no Hemisf�rio Norte. “Os alimentos n�o s�o respons�veis pela infla��o, que � mais pressionada pelos servi�os”, diz o especialista que aposta que o �ndice anual n�o deve ser menor que 6%.
Aliviaram a infla��o medida pela FGV em junho, os grupos: sa�de e cuidados pessoais (0,72% para 0,60%) e despesas diversas (0,20% para 0,01%). Nessas classes de gasto, os destaques partiram dos itens: medicamentos em geral (1,16% para 0,54%) e servi�o religioso e funer�rio (0,26% para -0,71%). O �ndice calculado pela FGV tem como base pre�os coletados entre os dias 08 de maio de 2013 e 07 de junho de 2013, comparados aos coletados entre 08 de abril de 2013 e 07 de maio de 2013.
Descren�a
Com o desempenho mais negativo da economia do Brasil nos �ltimos dias e a infla��o mostrando resist�ncia, analistas do mercado financeiro promoveram um rearranjo das previs�es para os indicadores de 2013 e 2014. A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu para 2,53% e 3,2%, respectivamente. H� uma semana, os analistas esperavam 2,77% e 3,4%. Depois que o Banco Central (BC) escancarou as preocupa��es com a resist�ncia da infla��o a curto prazo, economistas entenderam que a autoridade monet�ria manter� a trajet�ria de alta da Selic. Por isso, elevaram as proje��es para a taxa ao fim de 2013 para 8,75% ao ano.